Economia

Preços dos combustíveis disparam em Minas Gerais

Preços dos combustíveis disparam em Minas Gerais
Etanol avançou 7,18% e a gasolina teve um aumento de 9,13% em Minas, aponta a ANP | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

Os preços da gasolina e do etanol hidratado seguem em alta em todo o País. As bombas dos postos de combustíveis já refletem o último aumento anunciado pela Petrobras às distribuidoras, há duas semanas, e o litro da gasolina já passa de R$ 7 e do etanol de R$ 5 em alguns estados, inclusive em Minas Gerais. Belo Horizonte acompanha o movimento.

As elevações decorrem do aumento de quase 19% na gasolina e 25% no diesel produzidos nas refinarias da estatal no último dia 11. Já a elevação do preço do etanol está atrelada tanto à sua composição – que contém gasolina – quanto ao aumento da demanda por aqueles que optam pelo combustível.

De acordo com o Levantamento de Preços e de Margens de Comercialização de Combustíveis (LPMCC) mais recente da Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), realizada entre 13 e 19 de março, os preços médios cobrados pelo litro da gasolina e do etanol em Minas são de R$ 7,53 e R$ 5,07, respectivamente. Já na Capital, os valores foram de R$ 7,48 e R$ 5,10 na mesma ordem.

No Estado, o preço da gasolina avançou em R$ 0,63 ou 9,13% em média, já que, uma semana antes, ou seja, no período compreendido entre 06 e 12 de março, o valor cobrado nos postos pelo combustível girava em torno de R$ 6,90. O valor do etanol cresceu R$ 0,34 ou 7,18%, pois nos dias anteriores custava R$ 4,73 o litro.

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Em Belo Horizonte, o movimento foi semelhante. O valor médio cobrado pela gasolina nos postos da capital mineira saiu de R$ 6,82, o que indica incremento de R$ 0,66 ou 9,67%. No caso do litro do etanol, o aumento foi de R$ 0,34 ou 7,14%, já que era encontrado anteriormente ao preço médio de R$ 4,76.

Quando consideradas as últimas quatro semanas, os aumentos são ainda maiores, uma vez que na última semana de fevereiro, a média dos preços praticados era: R$ 6,89 a gasolina e R$ 4,75 o etanol no Estado; R$ 6,85 e R$ 4,78, respectivamente em Belo Horizonte.

Além da gasolina comum e do etanol hidratado combustível, a apuração semanal da ANP abrange também os preços do óleo diesel não aditivado, óleo diesel S-10, gás natural veicular (GNV) e gás liquefeito de petróleo (GLP – botijão de 13 quilos). Ao todo são pesquisadas 459 localidades em todo o País.

O preço médio do diesel, junto à Petrobras, também subiu e tanto distribuidoras quanto postos de combustíveis repassaram o aumento em Minas e na Capital. De acordo com o balanço da ANP, de 13 a 19 de março, o litro do diesel custou, em média, R$ 6,66 nos postos do Estado e R$ 6,59 nas revendas de Belo Horizonte.

No caso de Minas, o valor foi R$ 0,93 ou 16,26% maior que o praticado na semana anterior (06 e 12 de março) e R$ 1,08 ou 19,35% que o cobrado na última semana de fevereiro (R$ 5,58).

Na capital mineira, o valor médio cobrado pelo litro do litro do diesel entre os dias 20 e 26 de fevereiro foi de R$ 5,45. Assim, a variação foi de R$ 1,09 ou 20%.

Vibra Energia expande a participação no mercado

São Paulo – A Vibra Energia conquistou mais participação de mercado nos dois primeiros meses deste ano, com empresas menores saindo da importação de combustíveis num momento de alta volatilidade do petróleo, disse ontem o diretor de Finanças e Compras da companhia, André Corrêa Natal.

“Os dados que saíram essa semana confirmam que a gente provavelmente ganhou share nesse primeiro bimestre, temos mantido o atendimento integral à nossa rede”, afirmou, durante teleconferência de resultados.

Essa tendência já havia sido apontada na semana passada por integrantes do setor ouvidos pela Reuters, que indicaram que a concentração no mercado de combustíveis brasileiro poderia aumentar diante da alta volatilidade do petróleo, com empresas como Vibra, Raízen e Ipiranga se beneficiando.

O executivo da Vibra, ponderou que a situação acirrada pela guerra na Ucrânia cria desafios de precificação.

Ele explicou ainda que, como a intensa volatilidade dos preços do petróleo não é imediatamente acompanhada por uma alta no mercado de doméstico, há uma defasagem temporal entre operações financeiras de hedges e valorização de estoques no mercado físico.

“Você pode ver perdas de hedge não compensadas integralmente por ganhos de estoque. Agora tivemos um aumento relevante do preço no mercado doméstico, mas no meio de março. O ganho de estoque possivelmente não vai ser capturado dentro do primeiro trimestre”, disse Natal.

Em relação às margens de comercialização, ele disse que os níveis continuam saudáveis e “mais ou menos” em linha com as do quarto trimestre de 2021.

Natal avaliou ainda que o mercado para importação de diesel deve continuar apertado em abril, mas afirmou que a Vibra tem conseguido acessar os volumes necessários.

“Estamos navegando bem… não tivemos cancelamento de carga, nenhum default. Tudo que temos contratado está sendo absolutamente honrado”, disse.

 O diretor financeiro da Vibra disse ainda que uma piora do conflito na Ucrânia pode gerar maior necessidade de capital de giro para a companhia.

“Temos que ter certa cautela em preservar certas saídas de caixa no momento e até buscar no mercado mais liquidez para manter um caixa até um pouco acima do que teríamos normalmente por conta dessas flutuações.”

Caso o cenário melhore, a companhia poderá mudar sua postura cautelosa e avaliar eventual distribuição de dividendos extraordinários ou retomar o programa de buyback de ações, acrescentou.

Segundo o presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, a Comerc, que atua na comercialização e geração,  tem potencial para criar “muito valor” além dos R$ 1,4 bilhão em Ebitda futuro que haviam sido precificados no IPO –processo que acabou sendo cancelado com a oferta colocada pela Vibra. (Reuters)

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