Economia

Preços dos imóveis aumentaram 5,36% em Belo Horizonte

Dado é de um levantamento feito pela Casa Mineira
Preços dos imóveis aumentaram 5,36% em Belo Horizonte
Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O preço de um imóvel em Belo Horizonte cresceu 5,36% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o trimestre anterior. O metro quadrado na Capital está sendo vendido por R$ 4.842, em média, aponta o Relatório de Compra e Venda, produzido trimestralmente pela Casa Mineira Por QuintoAndar.

O levantamento revela ainda que o preço dos imóveis ficou 0,06% mais alto, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Nos anúncios de imóveis, a variação foi de 3,45% e o preço chegou a R$ 5.000, em média, por metro quadrado.

O mercado está aquecido na cidade, tanto para compra e venda como para aluguel e a alta demanda aumenta o preço do metro quadrado, principalmente nos primeiros meses do ano, quando a procura é maior. “O cenário é semelhante em São Paulo e no Rio e uma das hipóteses para isso é a volta ao trabalho presencial com o arrefecimento da pandemia da Covid-19”, supõe o gerente de Dados da QuintoAndar, Thiago Reis.

Segundo o relatório, as zonas Norte, Leste e Nordeste tiveram as maiores altas. A região da Pampulha, no norte da cidade, apresentou uma alta de 1,2%. Já a região Centro-Sul registrou alta de 5,6% em relação ao último trimestre de 2021, mas continua abaixo do nível registrado no início do ano passado. A região Oeste teve alta de 2,68% em relação ao último trimestre, mas também está abaixo do nível observado no início de 2021.

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Os bairros mais procurados para comprar um imóvel são Carlos Prates, Prado, Calafate, Centro, Havaí, Lagoinha, Buritis, Cruzeiro, Santo Antônio e Sion. “São regiões muito demandadas em Belo Horizonte por questões relacionadas ao preço e ao estoque de imóveis existentes. Na capital mineira há uma grande procura por casas e apartamentos maiores, de três e quatro quartos, o que acaba destacando esses bairros na procura por imóveis”, diz Reis.

Ele destaca um fato curioso: na Região Metropolitana de Belo Horizonte, 55% das pessoas moram em imóveis com três quartos ou mais, um percentual bem maior que o de São Paulo (25%) e do Rio de Janeiro, que é de 23%.

A nova edição do relatório elenca ainda quais são os bairros da cidade que possuem maior liquidez – ou seja, a maior velocidade na venda dos imóveis anunciados.  Na capital mineira, os imóveis que demandam menos tempo para serem vendidos estão nos bairros Castelo, Buritis, Funcionários, Cidade Nova e Sagrada Família

Segundo o gerente de dados da QuintoAndar, estes são bairros que reúnem uma série de atrativos valorizados por quem procura um imóvel. Buritis, por exemplo, é um bairro que consegue atrair perfis distintos, desde o universitário solteiro a uma família com crianças, e que conta com muitas áreas verdes – algo que passou a ser ainda mais desejado durante a pandemia.

“É um bairro que vem se desenvolvendo rápido e que tem muitos imóveis novos. Fica próximo do metrô e tem diversas opções de lazer, além de comércio. Cidade Nova é outro exemplo, que tem tanto a facilidade de acesso ao comércio como a tranquilidade de um bairro mais residencial. A localização, perto de uma das principais vias da cidade, também é um diferencial”, aponta Thiago Reis.

A procura pelo bairro Funcionários tem razões óbvias, já que ele é sonho de consumo de todo belo-horizontino que quer ser vizinho da Savassi, da Praça da Liberdade e de um grande polo comercial e cultural-gastronômico. Os bairros Castelo, na região da Pampulha, e Sagrada Família, um dos mais antigos e tradicionais, também estão entre os mais fáceis de negociar a compra/venda de um imóvel.

Em contrapartida, Santo Antônio, Serra, Sion e Gutierrez são regiões em que as transações demoram mais para serem concretizadas. “O dado de liquidez é relativo à performance dos bairros nos últimos quatro trimestres. O ano passado foi muito bom para essas regiões e o resultado no primeiro trimestre, apesar de ainda estar melhor do que a média histórica, revela uma desaceleração. Além disso, parte desses bairros tem imóveis antigos e os preços ofertados nem sempre são condizentes, o que causa uma demora maior na concretização do negócio”, explica Reis.

No que diz respeito à rentabilidade de imóveis, o Relatório QuintoAndar mostra que, em Belo Horizonte, a média é de 5,07% ao ano com o aluguel de apartamentos vendidos. Os imóveis com um dormitório são os mais rentáveis (6,5%), seguidos por imóveis de dois (5,07% ) e três dormitórios (5% ). A rentabilidade de um imóvel é medida pelo preço que o investidor paga e pelo preço que ele consegue cobrar de aluguel. Quanto menor for o preço do imóvel e maior o preço do aluguel, melhor será o retorno. Vem daí a rentabilidade dos apartamentos de um quarto, que possuem um preço de metro quadrado mais elevado, mas um preço de venda menor.

Desafios para o mercado

O mercado imobiliário teve uma performance bastante positiva nos anos de 2020 e 2021. A combinação de juros baixos e novas linhas de crédito habitacional fomentou um dos melhores anos do mercado imobiliário em anos recentes. Em 2022, há vários desafios, entre eles a crise hídrica brasileira, a eclosão da guerra na Ucrânia e os desajustes econômicos herdados da crise sanitária, que propiciaram o retorno da inflação.

No entanto, o impacto do aumento da Selic, ferramenta principal para o combate à inflação, no crédito habitacional ainda não foi integral. “O período de juros baixos foi uma exceção já que o mercado imobiliário brasileiro está habituado a operar com taxas de juros elevadas. Além disso, o mercado de trabalho tem registrado uma recuperação, ou seja, a rentabilidade potencial dos imóveis continua em níveis robustos e se apresenta como um investimento seguro”, afirma Reis.

“Da mesma forma, a decisão do consumidor de comprar um imóvel é um compromisso de longo prazo, que não deve ser afetada, ao menos em um curto espaço de tempo, pelas oscilações da economia. O Relatório QuintoAndar de Compra e Venda mostra isso: apesar de menos otimista, o mercado continua registrando números positivos”, finaliza.

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