Economia

Preços dos imóveis residenciais voltam a subir em BH no 3º trimestre

Relatório da Casa Mineira por QuintoAndar mostra que de julho a setembro, o valor médio de compra por metro quadrado na Capital cresceu 2,6%
Preços dos imóveis residenciais voltam a subir em BH no 3º trimestre
Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

Após um trimestre de queda, os imóveis residenciais em Belo Horizonte voltaram a apresentar valorização. A informação é do Relatório de Compra e Venda Casa Mineira por QuintoAndar. De acordo com o estudo, de julho a setembro de 2022, o valor médio de compra por metro quadrado na Capital chegou a R$ 4.867. A alta foi de 2,6% ante o segundo trimestre, quando o preço médio foi de R$ 4.764/m². 

Ainda conforme o levantamento, em relação ao mesmo período do ano passado, o preço médio dos imóveis vendidos em BH subiu 1,7%. As regiões Norte (13,5%) e Centro-Sul (12,5%) – que detém o maior valor médio da Capital, de R$ 6.808,5/m² –  apresentaram a maior valorização na base comparativa e puxaram o desempenho. Já a Noroeste teve a maior diminuição no preço, queda de 0,7%.

Segundo o diretor da Casa Mineira por QuintoAndar, Admar Cruz, embora os preços dos imóveis nos últimos trimestres tenham oscilado, “o mercado segue aquecido na cidade e com muitas oportunidades”. Para o economista da Quinto Andar, Vinicius Oike, a valorização do mercado imobiliário de BH é fruto da retomada da economia e da elevação dos preços dos insumos na construção civil. “De maneira geral temos uma tendência de alta nos preços nos últimos meses, reflexo da recuperação econômica no pós-pandemia e da alta no preço dos insumos – que chegam no valor final para o consumidor”, afirmou.

No ranking dos bairros, o Anchieta e o Santo Agostinho – ambos na região Centro-Sul – foram os que mais se valorizaram no terceiro trimestre contra o mesmo intervalo de 2021. No primeiro, o valor médio dos imóveis subiu 27,9% e chegou a R$ 7.068/m². Já no segundo, o crescimento foi de 22,2% e o valor médio chegou a R$ 9.500/m² – o metro quadrado mais caro da cidade. Bairros tradicionais da mesma região como Sion e Lourdes apresentaram desvalorização de 15,5% e 9,6%, respectivamente. Conforme Oike, historicamente, as regiões Centro-Sul e Sul são as mais valorizadas. “São regiões com uma infraestrutura urbana muito boa, próximas ao polo de empregos da região Central e a escolas, além de ter um bom estoque de imóveis”, explicou. 

A pesquisa, feita com base em milhões de buscas feitas no site da imobiliária, indicou também que o bairro Havaí continuou como o mais procurado para se comprar imóveis em Belo Horizonte. Já o Jardim América subiu três posições e foi o segundo mais buscado no terceiro trimestre deste ano. Em seguida, aparece o Buritis, que caiu uma posição. Todos eles ficam na região Oeste da Capital. De acordo com o economista, o Buritis, que costuma ter uma demanda alta, está com um estoque de imóveis relativamente baixo, o que reflete no espalhamento da demanda para outros lugares de BH, como o próprio Jardim América. 

Perspectivas

Para o último trimestre do ano, Oike ressalta que a perspectiva é de estabilidade tanto no volume de vendas quanto no preço. Segundo ele, “a economia continua aquecida, o preço pode crescer mas não muito e as vendas devem crescer de uma maneira relativamente estável”. 

Já para 2023, o economista diz que a expectativa de maneira geral do mercado de imóveis é de uma relativa estabilidade e uma leve desaceleração. Segundo ele, a Selic – taxa básica de juros do Brasil, atualmente em 13,75% a.a – e diretamente ligada ao preço do imóvel e ao valor final do financiamento – deve se manter em um patamar elevado, apesar de uma possível queda. 

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