Economia

Prefeito de Araxá critica renovação de acordo entre CBMM e Codemig sem participação da prefeitura

O acordo foi renovado em outubro, de forma antecipada (teria fim em 2032), por 30 anos, com possibilidade de prorrogação por mais 15 anos
Prefeito de Araxá critica renovação de acordo entre CBMM e Codemig sem participação da prefeitura
Foto: Marcos Evangelista / Imprensa MG

O novo acordo para a exploração do nióbio das minas de Araxá, no Alto Paranaíba, não agradou a todos. O prefeito do município, Robson Magela (Cidadania), criticou a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codemig) por não incluírem a cidade na renovação da Sociedade em Conta de Participação.

O chefe do Executivo municipal classificou como “falta de respeito” o fato de a CBMM e a Codemig, bem como o grupo Codemge, não terem chamado Araxá para participar do contrato. O acordo foi renovado, de forma antecipada (teria fim em 2032), por 30 anos, com possibilidade de prorrogação por mais 15 anos, em outubro.

A manifestação de Magela ocorreu durante uma conversa aberta com a comunidade, promovida pela St George Mining, nesta segunda-feira (1º), no Grande Hotel Termas de Araxá. Na ocasião, ele deu as boas-vindas à empresa e pediu para que a mineradora australiana “olhe” para o município, empregue mão de obra local e compre com comerciantes da região, e não apenas “retire a riqueza e dê migalhas de volta”.

“Eu queria deixar um apelo em nome da população de Araxá. Vocês [St George] não façam igual a Codemge e a Codemig que ‘arrancam’ a nossa riqueza e deixam migalhas. Estamos cansados disso”, disse. “Foi uma falta de respeito muito grande o que a CBMM, a Codemge e a Codemig fizeram de não chamar a prefeitura para participar desse contrato”, enfatizou, ressaltando a potência da cidade, que abriga a maior reserva de nióbio do mundo.

Ainda em discurso, o prefeito afirmou que a CBMM já foi boa para Araxá, mas agora não faz mais nada a não ser retirar a riqueza da cidade. Segundo Magela, quando a produtora de nióbio diz que viabilizou milhões em repasses para entidades com projetos voltados ao atendimento de crianças, adolescentes e idosos de Araxá, na verdade, utilizou recursos de renúncia fiscal, ou seja, que seriam destinados ao poder público.

Procurada pela reportagem, a CBMM afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto. A Codemge, que responde pela Codemig, não retornou até o momento.

* O repórter viajou para Araxá a convite da St George

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