Prefeitura de BH quer capacitar mil pessoas em situação de rua

Fatores como desocupação, conflitos familiares e dependência química são alguns dos principais motivos que levam pessoas a se encontrarem em situação de vulnerabilidade. Belo Horizonte abriga atualmente 5.344 cidadãos em condição de rua, de acordo com dados de um levantamento realizado neste ano pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em conjunto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O programa “Estamos Juntos”, uma iniciativa conjunta entre a PBH e a Rede Cidadã, quer mudar este cenário.
O projeto em si quer incluir de forma produtiva ao mercado de trabalho aqueles que vivem nas ruas. E mais: essa meta é chegar a mil pessoas nos próximos 18 meses. Prova de que a ação assistencial tem dado certo é de que em apenas três meses de execução, 220 pessoas já foram capacitadas na capital mineira.
Uma parcela desses indivíduos já está envolvida em iniciativas de trabalho, um programa preparatório com duração de cinco meses. Neste período, os participantes aplicam o que aprenderam antes de serem inseridos definitivamente no mercado formal.
A supervisora de projetos sociais da Rede Cidadã e coordenadora do programa, Isabel Dias Serafim Corrêa orienta: “A ideia é que essas pessoas consigam seus empregos, aluguem suas casas e saiam definitivamente das ruas e dos abrigos”, diz.
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Como funciona o projeto “Juntos Estamos” em BH?
Na primeira etapa, identificamos e conscientizamos os usuários – pessoas em situação de rua ou em trajetória para isso – que estão cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Realizamos esse trabalho tanto por meio de busca ativa, visitando abrigos e albergues da cidade para recrutar participantes, quanto por encaminhamento feito pela prefeitura de pessoas inscritas em outros programas.
Na segunda etapa, a Rede Cidadã oferece formação aos usuários. Nesse momento, no entanto, além do treinamento voltado para o mundo do trabalho, os participantes passam por 32 horas de preparação para desenvolver habilidades comportamentais e emocionais. Corrêa destaca: “Sabemos que apenas inserir não é suficiente. É preciso, contudo, garantir condições para que eles se mantenham no mercado”, destaca Corrêa.
Após a formação, direcionamos os participantes do programa para iniciativas de trabalho. Eles terão a oportunidade de vivenciar e aplicar o que aprenderam, em uma espécie de estágio antes de ingressarem nas empresas. Posteriormente, tornam-se aptos a ocupar vagas que também são intermediadas pela Rede Cidadã. Durante todo esse processo, eles recebem apoio financeiro, o qual contribui para que permaneçam no programa até o final.
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