Prefeitura descarta retomada dos voos no Aeroporto Carlos Prates

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) descartou a volta das operações do Aeroporto Carlos Prates, após o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmar que o local poderia ser um dos escolhidos para receber investimentos do governo federal no âmbito do programa Voa Brasil. O fim das atividades do aeródromo, situado no Noroeste da capital mineira, ocorreu no dia 1º de abril, após decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O ministro esteve em Minas Gerais ontem e anunciou que o Executivo federal investirá cerca de R$ 500 milhões em quatro aeroportos do Estado. São eles: de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, de Itajubá e São Sebastião do Paraíso, ambos na região Sul, e mais um a ser definido. Quando questionado se o aeródromo desativado poderia ser o quarto escolhido, disse que sim, mas ressaltou que a decisão caberia ao prefeito Fuad Noman (PSD).
“Ele pode entrar se for uma decisão da cidade, porém, claro, essa é uma decisão que tem que ser tomada pelo município. Não é comum que se tenha vários aeroportos. O problema de um aeroporto como o do Carlos Prates é que ele ficou naquele ‘nem, nem’. Não estava adaptado para fazer voos, porque a gente não conseguia investir, e ele servia as pessoas que estavam lá, mas ele não conseguia dar o passo seguinte. Então, temos que fazer uma opção e essa decisão tem que ficar com quem foi eleito, nesse caso o prefeito da cidade”, disse França.
Ao ser questionada pela reportagem se indicaria o Aeroporto Carlos Prates para receber os investimentos e, consequentemente, voltar a receber voos, a prefeitura foi contundente e ressaltou que o aeródromo se encontra oficialmente desativado. Salientou ainda que no início do mês, o Executivo municipal realizou marcações na pista para reafirmar a desativação.
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Em nota, a prefeitura também lembrou que a proposta urbanística do município para a área foi protocolada na Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e que está sob análise do órgão. O projeto para o terreno de mais de 500 mil metros quadrados envolve a criação de habitações de interesse social, centro esportivo e de saúde, com Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), além de parques e escolas de ensino infantil e fundamental,
Ainda no texto, o Executivo municipal reiterou que “continua acompanhando o processo de desocupação do aeroporto e zelando pela segurança e manutenção do imóvel”.
Proposta da Voa Prates é apresentada à CMBH
Ainda ontem (22), a Associação Voa Prates apresentou um projeto sobre a destinação do aeródromo em audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). A proposta da entidade, que deseja o retorno das atividades, abrange a reabertura do equipamento como aeroporto de serviços e local de estágios, além de outras funcionalidades.
Criado há cerca de quatro anos em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o plano também envolve, por exemplo, a criação de um hub de drones, no qual as aeronaves poderiam ser mantidas e fabricadas. E inclui opções de lazer para a população do entorno, com museu interativo de aviação e centro comercial e esportivo. Além de área destinada à saúde, com a implementação de um hospital de emergência e transplante.
“Podemos fazer um golaço, mudando essa história de fechar um equipamento que já é importante, a troco de: ‘Não sabemos porque, pois é muito difícil de se colocar, ainda mais a curto prazo, um tijolo que seja naquele terreno’. E em troca disso, ter todos esses pilares no mesmo lugar”, afirmou o presidente da Voa Prates, Estevan Velásquez, durante a audiência pública.
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