Prefeitura de Divisa Alegre planeja criar Distrito Industrial

A Prefeitura de Divisa Alegre está elaborando um novo Plano Diretor da cidade, que contempla a criação de um Distrito Industrial (DI). O espaço empresarial seria uma oportunidade histórica para transformar o município do Norte do Estado, trazendo empregos e qualidade de vida à população, conforme destacou o prefeito Ademir Alves, em reunião da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (11).
Segundo o líder municipal, ainda não se sabe valores reais do projeto, mas a estimativa é que custe em torno de R$ 3 milhões. Para ele, a abertura do distrito é crucial para o desenvolvimento da região, que tem uma localização privilegiada, às margens da BR-116 e próxima do Aeroporto de Vitória da Conquista, do Porto de Ilhéus (Bahia), e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).
Alves pediu suporte de governantes e parlamentares para que a iniciativa avance. Recentemente, o prefeito esteve em Brasília e aproveitou para apresentar ao Ministério de Minas e Energia e para os representantes do Congresso Nacional a proposta do distrito industrial, buscando esse apoio.
O advogado da prefeitura de Divisa Alegre, Waldemberg Alves Moreira, disse que o projeto está avançado e são 600 mil metros quadrados disponíveis para as empresas. Conforme ele, o DI já nascerá com a Companhia Brasileira de Lítio (CBL), que opera na área uma planta química, onde converte o concentrado de espodumênio em compostos químicos de lítio de alta pureza.
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Além de estar inserida na área, a mineradora colabora com a iniciativa e tem armazenado no local 200 mil toneladas de silicato de alumínio, subproduto da extração de lítio, de acordo com Moreira. Segundo o advogado, esse material está disponibilizado para que companhias interessadas possam utilizá-lo na fabricação de produtos da construção civil, o que é um ponto importante para o começo da expansão da atividade produtiva da cadeia do lítio na região.

Progresso do Jequitinhonha passa por outras atividades além da mineração
A assembleia pública desta terça-feira teve como objetivo discutir, além da criação do distrito industrial em Divisa Alegre, a exploração de lítio no Vale do Jequitinhonha e a demanda específica de crédito e outros incentivos para o desenvolvimento econômico e social na região. A reunião foi requerida pelo deputado estadual professor Wendel Mesquita (Solidariedade).
Presente no encontro, o subsecretário estadual de Liberdade Econômica e Empreendedorismo, Rodrigo Sampaio Melo, ressaltou que várias regiões mineiras enfrentam dificuldades por terem se dedicado a apenas uma atividade econômica, normalmente a mineração. Conforme ele, o Estado tem como prioridade desenvolver o Vale do Jequitinhonha, mas o erro não pode se repetir e o progresso só será efetivo e sustentável se todas as atividades se desenvolverem juntas.
“As riquezas do Vale do Jequitinhonha são muitas. A gente costuma resumi-las em lítio, mas o lítio é somente o primeiro vagão de um trem que puxa diversas outras riquezas da região e que, por muitos anos e gerações, não foram devidamente valorizadas”, enfatizou o gestor público.
De acordo com o representante do governo estadual, além do chamado “mineral do futuro”, a região é farta de diversos minerais, como o grafite. Também é rica em incidência solar e propicia à geração de energia. Adicionalmente, tem produtos típicos do Cerrado e vocação para artesanato.
Melo ainda disse que o desenvolvimento vai abranger todas as cidades, não importando se ela tem “petróleo branco”. Segundo ele, a lei que instituiu o Vale do Lítio, com 14 municípios, está sendo revista para 48, mas não se pode limitar a esse número, visto que o impacto será maior.
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