Prejuízo das privatizadas é de R$ 20 bilhões
São Paulo – De acordo com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Dyogo Oliveira, as três distribuidoras privatizadas, que atendem 3 milhões de pessoas, acumulam prejuízo de R$ 20 bilhões. “Devido a dificuldades de gestão, de investimento e ao acúmulo de prejuízos, acabam entregando para a população uma qualidade de energia muito baixa”, avaliou.
Ele destacou que a privatização permitirá a melhoria da qualidade da gestão, da oferta do serviço e investimentos. “O passivo das distribuidoras será assumido pelas adquirentes, da ordem de R$ 2,8 bilhões, que deixará de ser passivo da Eletrobras e passaram para as empresas”, apontou. São projetados investimentos de R$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos nas três distribuidoras.
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, comemorou a venda das distribuidoras. “Essas distribuidoras têm uma qualidade de serviço ruim, porque não eram eficientes na sua operação. O tema da eficiência não é só da deficiência do governo, mas as empresas estatais têm mais amarras, não podem mandar as pessoas embora, não podem negociar contratos. Essas são empresas [Energisa e Consórcio Oliveira Energia] que já têm no seu DNA esse processo”, avaliou.
Trabalhadores – Sobre as mobilizações dos trabalhadores eletricitários que questionam a privatização da Eletrobras, inclusive com paralisações das atividades nesta semana, os representantes das empresas disseram que tratarão o tema com civilidade. “Os sindicatos têm que entender que a empresa privada agora está assumindo, e não é mais estatal. A empresa privada tem o diálogo para conversar com esse pessoal, com bom senso”, considerou o presidente do Consórcio Oliveira Energia, Orsine Oliveira.
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Ele acrescentou que os sindicatos terão que se “conscientizar do novo cenário. “A vida continua e a empresa tem que sobreviver”, disse. O CEO da Energisa, Ricardo Botelho, falou que mantém boa relação com a representação dos trabalhadores.
Ainda restam duas distribuidoras a serem privatizadas pelo governo. O leilão da Companhia Energética de Alagoas (Ceal) continua suspenso, devido a uma decisão judicial do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impediu a venda da companhia, após ação movida pelo governo de Alagoas.
A venda da Amazonas Distribuidora de Energia (Amazonas Energia), que também ocorreria ontem, foi remarcada pelo BNDES para 26 de setembro. (ABr)
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