Economia

Presidente da ANTT garante a duplicação da BR-381 entre Belo Oriente e Governador Valadares

Concessionária da rodovia, a Nova 381 disse que não se manifestará nesse momento
Atualizado em 8 de setembro de 2025 • 17:01
Presidente da ANTT garante a duplicação da BR-381 entre Belo Oriente e Governador Valadares
O trecho em questão liga Belo Oriente e Governador Valadares, com aproximadamente 70 Km e que não havia sido contemplado inicialmente na lista de duplicações | Foto: Divulgação ALMG / Luiz Santana

O presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Theo Sampaio, garantiu, nesta sexta-feira (5), que acontecerá a duplicação da BR-381 entre Belo Oriente e Governador Valadares. O trecho, de aproximadamente 70 quilômetros (Km), não foi contemplado inicialmente na lista de duplicações previstas na concessão do segmento rodoviário que liga Belo Horizonte à região do Vale do Rio Doce, gerido pela Nova 381.

“Até o sétimo ano de concessão essa rodovia estará duplicada, inclusive nesse ponto”, assegurou o executivo à imprensa mineira, estimando ainda que a entrega da duplicação entre os dois municípios ocorra entre o quarto e o quinto ano do contrato. Ele afirmou que as primeiras grandes obras transformadoras na estrada começarão em 2026.

Procurada, a Nova 381 disse que não se manifestará nesse momento. A ANTT foi contatada para confirmar as informações do presidente, mas não respondeu até a publicação da matéria. O Ministério dos Transportes, questionado se já recebeu o comunicado da autarquia e se está de acordo com a mudança no projeto, também não respondeu a tempo.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Regional Rio Doce, Marcos Lopes Farias, um dos líderes de um movimento de apoio a duplicação entre Belo Oriente e Governador Valadares, comemorou a notícia. Ele destacou que está ansioso e com esperança de que a obra realmente se concretize, após a garantia de Sampaio e da promessa feita anteriormente pelo ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB).

“Não tinha sentido a duplicação acontecer até Belo Oriente e depois a rodovia ‘estrangular’. Com os outros trechos duplicados, o trânsito na região vai aumentar muito mais e os níveis de acidente poderiam aumentar”, ressaltou. “Para nós, essa obra é fundamental e um atrativo para que empresas venham para a região”, pontuou.

Em nota, o Ministério dos Transportes informou que a estruturação dos projetos de concessão e a condução dos processos até a realização do leilão são atribuições do próprio ministério, enquanto a gestão dos contratos firmados é responsabilidade da ANTT, que também aplica os instrumentos regulatórios disponíveis, incluindo a possibilidade de antecipar, postergar, incluir ou excluir obras, como no caso da duplicação do trecho entre Governador Valadares e Belo Oriente. “O Ministério dos Transportes apoia todas as iniciativas que priorizem o interesse público, assegurando sempre a preservação da modicidade tarifária”, conclui o comunicado.

Obra foi solicitada em manifesto

Em agosto, a Fiemg lançou um manifesto pedindo que o trecho da BR-381 de Belo Oriente a Governador Valadares fosse incluído na concessão. Autoridades dos poderes Executivo e Legislativo, empresários e representantes de entidades e da sociedade civil assinaram o documento. A petição também foi publicada na internet para a população subscrever.

À época, a ANTT explicou que a duplicação desse segmento estava prevista no Programa de Exploração da Rodovia (PER) e aconteceria mediante o acionamento de gatilhos volumétricos. Porém, informou que as intervenções só poderiam ser executadas após a Nova 381 realizar as obras já confirmadas no PER, ainda que o gatilho fosse atingido antes.

Em resposta à movimentação em defesa da obra, apesar de o ministro ter prometido a intervenção, o Ministério dos Transportes chegou a dizer que não havia a necessidade de duplicar o trecho atualmente. A pasta afirmou que, por ora, o projeto previa a construção de 37 Km de faixas adicionais em segmentos descontínuos considerados mais críticos, englobando os quilômetros 155,23 e 220,5, entre Belo Oriente e Governador Valadares.

“O projeto de concessão foi estruturado com base em estudos técnicos de tráfego abrangentes, que estimam o nível de serviço adequado para a região ao longo do tempo. Esses estudos, que consideraram fatores como volume de veículos, densidade de tráfego e topografia do trecho, concluíram que não há, neste momento, necessidade técnica de duplicação imediata. A recomendação foi a implantação de faixas adicionais”, disse, na ocasião.

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