Profissões do futuro precisam de educação forte, diz presidente da CNI

Diante do novo cenário trazido por inovações tecnológicas e consequentes mudanças nas formas de produção, o processo de transformação do trabalho exige diálogo entre empresas e trabalhadores.
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, já é possível identificar as novas qualificações e habilidades necessárias, mas é preciso fortalecer a educação para que o trabalhador brasileiro esteja preparado para a indústria do futuro e o futuro do trabalho.
“Imaginamos que em um prazo de cinco a dez anos o mundo vai estar mudado. O Brasil tem situações diferentes em cada uma de suas regiões e não é possível imaginar que vamos qualificar todos os trabalhadores da mesma forma, nas mesmas tecnologias. No SENAI, pesquisamos, analisamos, buscamos entender o mundo, a indústria do Brasil e tentamos mostrar o caminho que devemos seguir, como devemos formar o cidadão que vai trabalhar na indústria do futuro”, afirmou Robson Braga de Andrade na abertura do Seminário Pelo Futuro do Trabalho, nesta quinta-feira (24).
O seminário, que é uma parceria da CNI com as principais centrais sindicais do país – CUT, Força Sindical, UGT, CSB, Nova Central e CTB, tem como objetivo fomentar o debate em torno do desafio de qualificar e requalificar milhões de trabalhadores brasileiros para a Indústria 4.0.
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Durante o evento, especialistas, trabalhadores e representantes da indústria debateram o cenário mundial e brasileiro de transformação das profissões, do emprego e da produção.
Transformações – Segundo o presidente da CNI, a velocidade das transformações em curso tem suscitado projeções alarmistas sobre o mercado de trabalho e a possível substituição de humanos por máquinas.
Nos próximos anos, funções repetitivas devem ser automatizadas, mas novas ocupações surgirão, exigindo habilidades dos trabalhadores que precisam ser identificadas para que a força de trabalho seja treinada e capacitada para as novas demandas.
“O conhecimento, as qualificações e as habilidades necessárias para o exercício das funções também mudarão, mas o trabalho humano continuará sendo essencial”, defendeu Andrade.
O Mapa do Trabalho Industrial do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) estima que 10,5 milhões de pessoas terão de se qualificar até 2023 para acompanhar as mudanças no mercado de trabalho.
“A educação profissional é um dos pilares para o avanço da inovação, o aumento da produtividade da indústria e o crescimento sustentado da economia”, ressaltou o presidente da CNI.
Os presidentes da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), José Calixto, e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antônio Neto, destacaram a necessidade de diálogo entre empresários e trabalhadores, para que os novos empregos sejam de qualidade.
“Queremos um futuro melhor, em que haja máquinas, inteligência artificial, desenvolvimento da indústria, mas principalmente respeito à pessoa humana”, disse Calixto.
“Precisamos de uma retomada do diálogo de forma propositiva, que envolva dois eixos: o papel da indústria, para reindustrializarmos o Brasil, e a geração de empregos de qualidade”, complementou Antônio Neto.
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