Pressão por oferta derruba preço do minério

Os contratos futuros de minério de ferro caíram na sexta-feira (28), com o produto siderúrgico sendo negociado abaixo de US$ 80 por tonelada em Cingapura e liderando uma queda no mercado de ferrosos na China, estimulada por uma perspectiva sombria para a demanda global de aço e pressões do lado da oferta.
O minério de ferro mais negociado para novembro na Bolsa de Cingapura chegou a perder 3,6% na sexta-feira, a US$ 78,80 a tonelada, o menor nível desde 2020. O contrato caiu mais de 50% em relação ao pico de abril, quando estava acima de US$ 160 dólares. Na Dalian Commodity Exchange da China, o contrato mais ativo de janeiro encerrou as negociações diurnas com queda de 4,9%, a 624,50 iuanes (US$ 86,31) a tonelada, a caminho de sua terceira queda semanal consecutiva.
Enquanto isso, o minério de ferro spot caiu na semana para o menor nível desde maio de 2020, abaixo de 90 dólares a tonelada, já que as margens negativas levaram as siderúrgicas chinesas a conter a produção.
Com o enfraquecimento da demanda global por aço e a economia da China, principal produtora de aço, atingida pelas restrições da Covid-19 e retração no mercado imobiliário, os analistas não veem uma recuperação no final do ano para aço e minério de ferro. O Fundo Monetário Internacional disse que não espera uma resolução rápida para a turbulência imobiliária na China.
Novos lockdowns da Covid-19 na China, expectativas de novos aumentos nas taxas de juros nos EUA e sinais de aumento da oferta de minério de ferro também pressionaram os preços. A australiana Fortescue Metals Group registrou um aumento anual de 4,2% nos embarques trimestrais, enquanto a brasileira Vale aumentou em 1,1% sua produção trimestral.
Outros insumos siderúrgicos também ampliaram as perdas, com o carvão metalúrgico em Dalian e o coque registraram quedas de 2% e 2,6%, respectivamente.
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