Prévia da inflação aumenta 0,10% em julho
Em Belo Horizonte e região metropolitana, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia do índice oficial de inflação, aumentou 0,10% em julho, mesma variação registrada na taxa de junho. Com o resultado, no ano, o IPCA-15 da Capital acumula alta de 3,79% e, em 12 meses, de 2,77%.
Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta da inflação na RMBH foi puxada, principalmente, pela alta dos preços da gasolina, que subiu 3,48% e provocou o maior impacto individual positivo no índice. A alta é resultado do retorno da cobrança de impostos. Também contribuiu para o aumento da inflação, o reajuste da tarifa de energia elétrica (0,98%).
A variação na Capital ficou bem acima do resultado nacional. De acordo com os dados do IBGE, no Brasil, o IPCA-15 retraiu 0,07% em julho, ficando 0,11 ponto percentual abaixo da taxa de junho (0,04%). No ano, a inflação da Capital seguiu acima da média do País, já que o IPCA-15 nacional acumulou alta de 3,09%.
Com a alta de 0,10% em julho, Belo Horizonte apresentou o quarto maior aumento da inflação entre as 11 regiões pesquisadas. Foram registradas altas em seis dos nove grupos avaliados.
Em julho, a maior variação foi observada em Despesas Pessoais (0,92%), seguido por Artigos de Residência (0,53%), Vestuário (0,46%), Transportes (0,46%), Educação (0,20%) e Habitação (0,09%).
No período, apenas três grupos apresentaram deflação, sendo eles: Alimentação e Bebidas, com queda de 0,64%, Comunicação (0,15%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,07%).
O economista e especialista em educação financeira da Suno, Guilherme Almeida, explica que o crescimento da inflação em Belo Horizonte é resposta, principalmente, do aumento do nível de preços nos grupos de Transportes e de Habitação, com destaques para o aumento na gasolina e na energia elétrica.
“O aumento da gasolina decorre, principalmente, da reoneração dos impostos, com destaque dos impostos federais. É importante lembrar que a Petrobras fez um reajuste em 1º de julho, diminuindo o preço da gasolina, nas refinarias, em 5% mais ou menos. Mas, esse movimento de diminuição não foi suficiente para suplantar essa reoneração via impostos federais dos combustíveis”.
Quanto ao impacto da energia elétrica, Almeida ressalta que a alta ainda é reflexo do reajuste de tarifa.
“No grupo de Habitação, o aumento foi puxado pelo reajuste próximo a 15% da energia elétrica, ocorrida no final de maio em Belo Horizonte. O efeito desse reajuste de preços é sentido de forma defasada pelos indicadores de inflação. Então, tanto junho quanto julho capturam esse reajuste que ocorreu lá no final de maio na energia elétrica”.
Ainda no grupo de Transportes foram verificadas quedas importantes nos preços do ônibus urbano (5,17%) – devido à redução de 25% nas tarifas em Belo Horizonte, válida desde 8 de julho -, no seguro voluntário de veículo (3,72%), automóvel novo (3,25%) e automóvel usado (0,86%).
“No grupo de Transportes houve recuo nos preços dos automóveis, tanto novos quanto como os usados. Esse recuo nos preços dos automóveis decorre justamente do programa do governo federal que acabou estimulando esse segmento”.
Ao longo de julho, também foram identificadas contribuições que seguraram a inflação. Um dos que contribuiu foi o grupo de Alimentação e Bebidas, que retraiu 0,64%.
“No grupo de Alimentação, o principal movimento observado foi a deflação da alimentação no domicílio, que se refere à compra no supermercado, no sacolão, no açougue. Alimentos que consumimos em casa apresentaram um recuo relevante no nível de preço”.
Dentre os itens, vale destacar a redução de preços na cebola, cujo preço retraiu 11,60%, no feijão-carioca (8,64%), no óleo de soja (5,80%), nas carnes (2,80%) e no leite longa vida (1,54%). No mesmo período, ficaram mais caros a banana-prata (13,92%) e a batata-inglesa (13,35%).
O economista e CFO da Somus Capital, Luciano Feres, explica que a variação em Belo Horizonte foi positiva e impulsionada pelos custos pessoais, de saúde e de habitação.
“Esses números são reflexos do desenvolvimento da cidade, porém a tendência é que venha uma desaceleração geral da inflação nos próximos meses, como vem acontecendo no País. Estamos finalizando os problemas que tivemos na pandemia como a falta de demanda em produtos e em setores impactados pela logística, além da falta de mão de obra que encareceram vários setores. Além disso, os alimentos já normalizaram bastante. Podemos ver isso na inflação desses setores já mostrando significativa redução”.
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