Prévia no Brasil tem menor alta do ano, de 0,09%
São Paulo – A prévia da inflação oficial registrou o menor avanço do ano e a taxa mais lenta em mais de uma década em setembro, com forte recuo dos preços de alimentos compensando a alta da energia elétrica, resultado que diminui a pressão para que o Banco Central antecipe o início do ciclo de altas da Selic.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,09% em setembro, sobre alta de 0,13% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da menor taxa desde setembro de 2006 e menor variação do ano de 2018.
Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,17% para o período.
Nos 12 meses até setembro, o IPCA-15 acumulou alta de 4,28%, de 4,30% em agosto, afastando-se um pouco mais do centro da meta, de 4,5% pelo IPCA com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo definida para este ano.
A expectativa para o dado na pesquisa da Reuters era de ganho de 4,36%.
No mês, a principal influência partiu de do grupo de alimentos, cujos preços recuaram 0,41%, pela influência da alimentação em domicílio (-0,70 por cento) diante dos preços menores da cebola (-18,51%), batata-inglesa (-13,65%), leite longa vida (-6,08%) e carnes (-0,97%).
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“IPCA-15 muito mais baixo que o esperado… reforça a sinalização do Copom que não há efeito significativo de pressões inflacionárias”, disse a economista do Santander Tatiana Pinheiro, em comunicado. “Surpresas: vestuário com 0% de inflação e combustíveis ainda em deflação. Essas surpresas não devem permanecer até o fim do mês, por isso mantemos nossa expectativa de inflação ao redor de 0,30% m/m para setembro.”
Fora de casa, por outro lado, o brasileiro gastou um pouco mais, com alta de 0,12% na categoria, embora o ritmo do avanço tenha ficado bem abaixo do 0,84% de aumento na leitura de agosto, segundo o IBGE.
Eletricidade – A maior pressão de alta veio nos gastos relacionados com a habitação, que subiram 0,30%, com a despesa com energia elétrica 0,34% maior que no período anterior, no que já é o sétimo mês consecutivo de variação positiva, informou o instituto. Nos últimos 12 meses, a conta de luz ficou 19,01% mais cara, representando um impacto de 0,67 ponto percentual na inflação, divulgou o IBGE.
O Banco Central manteve na quarta-feira a taxa de juros no seu piso histórico, de 6,5%, mas apontou que pode subir a Selic à frente, caso haja piora do quadro atual, conforme as incertezas ligadas às eleições vêm guiando uma escalada do dólar frente ao real. (Reuters)
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