Primeira etapa do desassoreamento da Pampulha vai custar R$ 100 mi

A tão esperada obra de desassoreamento da Lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais da capital mineira, enfim foi anunciada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Apenas a primeira etapa da obra deve durar cinco anos e vai somar algo em torno de R$ 100 milhões, com recursos do próprio caixa do Executivo municipal. As obras devem ter início em abril de 2024.
O texto foi apresentado pelo secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Leandro César Pereira, ontem. Segundo ele, o início do desassoreamento deve acontecer na área conhecida como “Enseada do Zoológico”, tanto com equipamentos por terra como por embarcações na água, o que deve otimizar o processo e gerar economia e rapidez nas intervenções.
“Vamos seguir, obviamente, as diretrizes e observar as considerações da Comissão de Gestão Integrada do Conjunto Moderno da Pampulha e outros órgãos envolvidos. A proposta prevê que o desassoreamento aconteça em cinco anos. E a expectativa é de desassorear aproximadamente 700 mil m³ de sedimentos ao final deste período, ou seja, média de 140 mil m³ ao ano. Seria um volume significativamente acima da quantidade de entrada de sedimentos, que é de 115 mil m³ por ano”, explicou.
A primeira parte das intervenções deve ter início em abril de 2024. Já a conclusão está prevista para agosto de 2029, com o desassoreamento do canal dos córregos Ressaca e Sarandi. Antes, porém, deverão ser concluídas as etapas de aprovação do projeto em todas as instâncias de licenciamento e proteção do patrimônio cultural.
Após esse período, o desassoreamento deve prosseguir nas áreas de entrada do canal dos córregos Ressaca e Sarandi; nas enseadas dos córregos Tejuco, Mergulhão e da AABB, além de duas áreas próximas à Ilha dos Amores.
A presidente da Comissão de Gestão Integrada e secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras, avalia que o desassoreamento da Lagoa da Pampulha reforça o compromisso da Prefeitura de Belo Horizonte para a preservação e promoção do Conjunto Moderno da Pampulha, que recebeu, em 2016, o título de Patrimônio Mundial concedido pela Unesco.
“O desassoreamento de um trecho grande da Lagoa da Pampulha, nesta primeira parte, trará benefícios nas áreas ambiental, da preservação do patrimônio e também para o turismo, neste que é um dos principais atrativos da Capital”, disse.
Despoluição da Lagoa da Pampulha
A apresentação do projeto ocorreu durante a reunião da Comissão de Gestão Integrada, nesta quinta-feira (31). Na ocasião, também foram destacados os números do primeiro relatório trimestral de acompanhamento do plano de ação para o sistema de esgotamento sanitário da bacia da Lagoa da Pampulha.
No final de março, a Justiça de Minas Gerais homologou um acordo entre as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) para a concessionária acabar com o lançamento de esgoto irregular na Pampulha. Deverão ser realizadas em torno de 9,8 mil novas ligações à rede da Copasa, sendo cerca de 7 mil em imóveis de Contagem e 2,8 mil de Belo Horizonte.
Até o momento já foram realizadas mais 2.272 ligações domiciliares à rede de esgoto, número que corresponde a 23% da meta estabelecida no acordo. O relatório mostrou também que 40% dos pontos de observação apresentaram melhoria na qualidade da água e 50% mantiveram a mesma situação da medição anterior.
Em julho, após reunião do prefeito Fuad Noman (PSD) com o governo do Estado e a Copasa, o prazo definido para acabar com o foco principal de poluição do cartão postal – inicialmente de cinco anos – foi reduzido para três anos. No início deste mês, foi criado um grupo com representantes da PBH, Prefeitura de Contagem e Copasa para acompanhar a execução do plano, propor ações de agilização e dar a cada etapa transparência para a população. (Com informações da PBH)
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