Problemas são anteriores ao registro dos contratos
São Paulo – Os problemas enfrentados pelas comercializadoras de energia neste ano, no entanto, aconteceram ainda antes de elas registrarem seus contratos junto à CCEE, ressaltaram os conselheiros da instituição.
Geralmente, os comercializadores fecham contratos de forma bilateral com seus clientes e só registram os acordos na Câmara pouco antes da chamada liquidação financeira do mercado de curto prazo, quando a CCEE realiza um acerto das diferenças contratuais entre montantes de energia vendidos, contratados e utilizados pelas partes.
A Vega, por exemplo, está exposta para o ano de 2019, para o qual a CCEE ainda não realizou nenhuma liquidação financeira, enquanto a Linkx sinalizou aos clientes problemas com os contratos de janeiro.
“Existem muitos contratos assinados fora. Essas duas empresas não têm exposição aqui dentro… o que elas fizeram foi para entregas futuras. Essa é uma discussão a ser travada: até que ponto nossa atuação e monitoramento têm que avançar nesse mercado?”, questionou o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Rui Altieri.
Os conselheiros da CCEE afirmaram ainda que a atual situação pode eventualmente ajudar a retomar debates sobre possíveis aprimoramentos nas garantias praticadas no mercado ou até sobre exigências financeiras exigidas para a criação de comercializadoras.
Movimentos anteriores da CCEE e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para exigir que os agentes que operam no mercado de energia fossem obrigados a ter um banco que garantisse suas transações acabaram não avançando por questões como a resistência das empresas aos custos e a falta de interesse das instituições financeiras.
“Toda crise tem ameaça e oportunidade. Então de repente um momento mais tenso pode abrir caminho para que as garantias sejam aperfeiçoadas. É aquilo, o diabético quer sorvete, mas você tem que dar insulina”, afirmou o conselheiro Ary Pinto. (Reuters)
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