Produção em partilha deve atingir pico em 2029
Rio – A produção de petróleo nos contratos de partilha de produção no Brasil alcançará o pico de 2,3 milhões de barris por dia em 2029, versus os atuais 921 mil bpd, antes de começar a declinar, apontou ontem a estatal PPSA, que representa o País nos contratos de partilha de produção.
Nos anos seguintes, segundo a PPSA, se não houver novos contratos, “a produção entrará em declínio gradualmente”, atingindo 1,8 milhão de bpd em 2033, segundo o mais novo levantamento, que contempla projeções em dez anos para os contratos de partilha e para as jazidas compartilhada de Mero, Atapu e Tupi.
De 2023 a 2032, os contratos acumularão um total de 6,5 bilhões de barris produzidos, dos quais 1,3 bilhão pertencerão à União (20%), disse a PPSA.
A produção de gás natural para exportação nestes contratos apresenta crescimento a partir de 2025 e se mantém praticamente estável entre 2026 e 2032.
União
A produção diária de petróleo da União, por sua vez, alcançará o pico de 564 mil bpd em 2029, mais de 11 vezes a produção atual de 51 mil bpd. O pico será alcançado antes que a produção comece a declinar atingindo 422 mil bpd em 2033, segundo o levantamento.
Neste período, os contratos irão gerar uma receita total de R$ 1,15 trilhão para os cofres públicos, considerando a comercialização, o pagamento de royalties (R$ 373 bilhões) e os tributos recolhidos pelas empresas produtoras (R$ 315 bilhões), disse a PPSA.
“Os projetos em regime de partilha estão em curva ascendente de produção. Atingiremos 564 mil barris por dia de produção para a União em 2029 só com os contratos comerciais”, disse em nota a diretora técnica e presidente interina da PPSA, Tabita Loureiro.
A estatal projetou ainda pela primeira vez a produção da União de gás natural e observou que nos próximos anos, o governo terá cerca de 3 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia) para ofertar ao mercado, segundo Tabita.
A parcela de gás natural diária da União saltará dos 112 mil m³/dia,em setembro de 2023, para 1,8 milhão m³/dia em 2027, mantendo uma média de 3 milhões m³/dia pelos próximos seis anos. O pico é alcançado em 2029 com 3,5 milhões m³/dia.
Investimentos
A PPSA também calculou que os investimentos realizados pela indústria atingirão R$ 475 bilhões até 2033, com pico em 2025 quando serão aplicados R$ 104,42 bilhões na produção de petróleo e de gás natural nos contratos de partilha de produção.
O estudo estimou, ainda, a demanda de 18 FPSOs (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência) e 302 poços. Desse número, só os contratos comerciais representam 11 FPSOs e 215 poços.
Para o levantamento, a PPSA considerou o preço de US$ 75 por barril nos anos de 2024 e 2025 e de US$ 70 por barril de 2026 em diante.
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