Produção de aço da ArcelorMittal avança 3,8% em meio à pressão de importados

Apesar do cenário de pressão dos importados sobre o aço brasileiro, a produção e vendas da ArcelorMittal superaram as expectativas em 2024. No período, a corporação produziu 15,3 milhões de toneladas da liga metálica – um avanço de 3,8% na comparação com o ano anterior.
A alta também foi registrada no volume total de vendas, que atingiu 15,1 milhões de toneladas: 5,2% a mais sobre 2023, sendo 55,5% das comercializações realizadas no mercado interno e 44,5% no mercado externo. Os resultados financeiros e operacionais foram divulgados pela empresa nesta terça-feira, 29.
O presidente da ArcelorMittal Brasil, Jorge Oliveira, pontua que os resultados alcançados no ano passado são reflexo do trabalho realizado pela equipe, que direcionou foco contínuo, à inovação e excelência operacional. “Mesmo diante de um cenário global desafiador e da concorrência desleal do aço importado, conseguimos mostrar resiliência e solidez. Seguiremos trabalhando pelo fortalecimento da indústria do aço, com respeito às pessoas e guiados pelos nossos valores de segurança, sustentabilidade, qualidade e liderança”, destaca.
Embora os números tenham encerrado positivos, o aumento na importação do aço e a queda dos preços das commodities metálicas no primeiro semestre do ano passado reduziram as projeções. Em 2024, o Instituto Aço Brasil destacou que o aço importado bateu recorde de entrada no País, totalizando 5,9 milhões de toneladas com taxa de penetração sobre o consumo nacional de 18,5%, e aumento 18,2% em relação a 2023.
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Com o impacto da importação de aço, a receita líquida consolidada da ArcelorMittal Brasil recuou 4,7% em 2024, totalizando R$ 66,6 bilhões. O lucro líquido, por sua vez, somou R$ 2,3 bilhões — uma queda de 39,7% em relação ao ano anterior, influenciada também pelo aumento das despesas financeiras, reflexo da variação cambial negativa da controlada Acindar, na Argentina,além de despesas com juros da controladora.
O recuo, resultado das atuais condições e oportunidades de mercado, levou ao cancelamento definitivo de projetos, como a expansão da usina de João Monlevade em fevereiro deste ano. Na época, a empresa destacou que revisou o plano estratégico de investimentos no Brasil, que resultou na priorização da modernização e aumento de competitividade do atual parque industrial em detrimento a ampliações e construções.
Até 2028, a maior produtora de aço do País deve investir cerca de R$ 25 bilhões nas operações, com destaque para a construção do Parque Luiz Carlos, em Paracatu, no Noroeste de Minas Gerais, com foco em energia solar. O aporte previsto será de R$ 895 milhões com produção estimada 69 megawatts (MW) médios/ano e potência instalada de 269 MW.
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