Produção de aço bruto cai em Minas Gerais pela 2ª vez seguida

A produção de aço bruto em Minas Gerais caiu pela segunda vez consecutiva em 2025. O Estado produziu, em abril, 802 mil toneladas do material, o que representa queda de 6,6% em relação a igual época de 2024. Em março, o volume já havia diminuído 2,4%.
Os dados foram divulgados na segunda-feira (19) pelo Instituto Aço Brasil. Conforme a entidade, com o resultado mensal, a siderurgia mineira acumulou 3,33 milhões de toneladas fabricadas nos primeiros quatro meses deste ano, uma leve alta de 0,4% frente ao primeiro quadrimestre do ano passado.
Apesar dos números não tão favoráveis, Minas Gerais seguiu como o maior produtor de aço bruto do País. O Estado respondeu por 30,5% do total fabricado nacionalmente no quarto mês de 2025 e 30,4% no acumulado dos primeiros quatro meses. Para efeitos de comparação, o segundo lugar, Rio de Janeiro, teve uma participação de 27,6% em ambos os confrontos.
No Brasil, a produção do material chegou a 2,63 mil toneladas em abril e 10,96 milhões de toneladas no quadrimestre. Neste caso, houve reduções anuais de 3,1% e 0,3%, respectivamente.
Por outro lado, o desempenho da siderurgia mineira foi positivo no que diz respeito a fabricação de aços semiacabados para venda e laminados. No mês passado, o Estado produziu 787 mil toneladas dos materiais, avanço de 10,5% ante o mesmo intervalo do exercício anterior. No acumulado do ano, foram produzidas 3,11 milhões de toneladas, alta anual de 1,6%.
A performance fez com que Minas Gerais também continuasse líder nacional, respondendo por 31,5% da produção brasileira em abril e 29,9% no quadrimestre. As usinas do Rio de Janeiro, vice-colocadas no ranking, apresentaram as respectivas participações de 21,2% e 25,2%.
Nacionalmente, foram produzidas 2,50 milhões de toneladas de aços semiacabados para venda e laminados no quarto mês deste ano, o que equivale a uma retração de 0,8% frente a igual mês de 2024. Já nos primeiros quatro meses, a queda ficou em 2,1%, para 10,41 milhões de toneladas.
Vendas internas recuam e importações crescem
Em abril, as vendas internas da siderurgia brasileira totalizaram 1,69 milhão de toneladas, alta de 3% frente ao apurado no mesmo período do ano passado. As importações, por sua vez, atingiram 544 mil toneladas, aumento de 21,2%, de acordo com o Aço Brasil. Com isso, o consumo aparente de produtos siderúrgicos subiu 0,9%, para 2,18 milhões de toneladas.
Especificamente sobre o volume de aço importado pelo País, o patamar no primeiro quadrimestre de 2025 chegou a 2,23 milhões de toneladas, o que indica um aumento anual de 27,5%. Somente da China, vieram 1,48 milhão de toneladas, acréscimo de 51,3%.
Vale destacar que as siderúrgicas têm pressionado o governo federal para que, ao menos, o atual mecanismo de defesa comercial, referente a cota de importação para 11 tipos de aço e tarifa de 25% para o excedente, seja mantido para que as importações não cresçam ainda mais. A medida, que entrou em vigor em 1º de junho de 2024, vence no próximo dia 31. Há risco de suspensão de investimentos e demissões se nada for feito, conforme as empresas.
Exportações retraem, com baixa nos envios para os Estados Unidos
As exportações do setor siderúrgico brasileiro somaram 659,5 mil toneladas em abril, queda de 10,8% na comparação anual. No acumulado do primeiro quadrimestre, foram embarcadas 3,12 milhões de toneladas, recuo de 4,4%. Os envios aos Estados Unidos totalizaram 454 mil toneladas no mês, redução de 3,5%, possivelmente impactada pela tarifa adicional de 25% sobre o aço brasileiro, implementada pelo governo de Donald Trump e em vigor desde março último.
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