Economia

Produção apontou recuo em setembro

Produção apontou recuo em setembro
O ICI recuou 0,2 ponto na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados da FGV | Foto: José Paulo Lacerda

A produção industrial em Minas Gerais voltou a apresentar recuo, de acordo com a Sondagem Industrial, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Em setembro, o índice de evolução da produção teve uma retração de 4,8 pontos em relação a agosto (53,6 pontos), atingindo 48,8 pontos.

Ao ficar abaixo dos 50 pontos, o indicador mostrou que o ritmo de crescimento da produção foi menor que no mês anterior, o que já era esperado, conforme aponta a analista da gerência de Economia e Finanças Empresariais da entidade, Daniela Muniz.

“Tradicionalmente, setembro é um mês que apresenta declínio na produção por ter um número menor de dias comparando-se a agosto. Em outubro e novembro, há um aquecimento da economia justamente por conta do aumento de vendas relacionadas ao fim do ano. Já em dezembro, a tendência é voltar a reduzir a produção em função da sazonalidade do período”, pontua.

Seguindo a linha de redução da produção, os níveis de estoques das indústrias decresceram. No entanto, vale destacar que as empresas fecharam o mês com os níveis de estoques de acordo com o planejado (50 pontos), o que não ocorria desde fevereiro de 2020, mês anterior à pandemia de Covid-19.

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Na contramão desse resultado, o indicador de evolução do número de empregados sinalizou crescimento do emprego pela oitava vez consecutiva. O índice ficou estável entre agosto e setembro, marcando 51,8 pontos. O resultado foi semelhante quando comparado com o mesmo período de 2021.

“Apesar da queda na produção, o emprego aumentou. Temos verificado que 2022 é um ano positivo para a indústria, principalmente por conta do processo de reabertura do comércio, que foi muito grande, após o maior controle da pandemia. Houve também diversos estímulos ao consumo, tanto no Brasil quanto em outros países, o que foi essencial para reaquecer a economia”, enfatiza a analista.

Situação financeira

Outro destaque do levantamento da Fiemg foram os indicadores financeiros. O índice de satisfação com a situação financeira marcou 54,7 pontos no terceiro trimestre de 2022. O indicador ficou 4,7 pontos acima do apurado no segundo trimestre (50 pontos) e foi 0,5 ponto superior ao observado no terceiro trimestre de 2021 (54,2 pontos).

Quanto ao lucro operacional, o índice de satisfação registrou 51,3 pontos, também no terceiro trimestre de 2022, voltando a mostrar empresários satisfeitos com as margens de lucro dos negócios. Frente ao segundo trimestre, o indicador aumentou 3,9 pontos (47,4 pontos). Em relação a 2021, o resultado foi de 1,9 ponto frente ao terceiro trimestre de 2021 (49,4 pontos).

Desafios do setor

Com relação às dificuldades enfrentadas pelos empresários, a falta ou alto custo da matéria-prima foi citada como o principal desafio pela nona vez consecutiva, com 39%. Contudo, vale ressaltar a significativa redução frente ao percentual registrado no segundo trimestre (57,8%). A elevada carga tributária (35,7%) continuou na segunda posição do ranking da Fiemg, seguida pela demanda interna insuficiente (25,3%) na terceira posição.

“A partir do momento que a Covid-19 foi ficando mais controlada, houve uma melhora no surgimento de matéria-prima e o encarecimento desses materiais parou de evoluir. A diferença percentual entre os dois períodos é significativa para o cenário econômico das indústrias”, ressalta Daniela.

Em relação às expectativas para o futuro, os empresários industriais sinalizaram perspectivas positivas quanto à demanda, à compra de matérias-primas e ao emprego nos próximos seis meses.

O índice de expectativa da demanda registrou 56,8 pontos em outubro –  queda de 1,1 ponto em relação a setembro (57,9 pontos). Já a expectativa de compras de matérias-primas marcou 53,8 pontos em outubro – recuo de 2,2 pontos frente a setembro (56 pontos). O indicador de expectativa do número de empregados para os próximos meses marcou 53,5 pontos em outubro – baixa de 1,5 ponto ante setembro (55 pontos). 

Apesar do tímido recuo em outubro, os resultados do levantamento se mantiveram acima de 50 pontos, o que indica expectativa de crescimento para a indústria.

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