Economia

Produção da indústria elétrica recuou 9,1% em março, segundo a Abinee

Produção da indústria elétrica recuou 9,1% em março, segundo a Abinee
Crédito: REUTERS/Ueslei Marcelino

A produção da indústria elétrica e eletrônica caiu 9,1% no mês de março de 2020 em relação ao mês imediatamente anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) agregados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), com ajuste sazonal.

O resultado já começa a refletir os efeitos da pandemia de Covid-19, que chegou no Brasil em março deste ano.

“Já esperávamos esse desempenho com base em sondagens que havíamos feito junto às empresas do setor. Em abril, teremos uma nova queda, provavelmente ainda mais aguda, em função do início das medidas de isolamento social no País”, diz o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato.

Essa foi a maior queda mensal apontada desde maio de 2018 (-12,3%), período em que ocorreu a greve dos caminhoneiros.

A retração apontada em março de 2020 foi a segunda queda consecutiva na produção do setor, que já havia recuado 5,5% em fevereiro. Naquele mês, a queda na produção de produtos eletrônicos foi influenciada, principalmente, por problemas no recebimento de materiais, componentes e insumos da China, uma vez que o novo coronavírus ainda não havia chegado ao Brasil.

Ao comparar com março de 2019, a produção do setor recuou 0,3%, com retração de 1,6% na área elétrica e aumento de 1,2% na área eletrônica.
No acumulado de janeiro a março de 2020 a produção do setor recuou 0,4%.

Empregos – A sexta sondagem realizada pela Abinee, no dia 4 de maio, sobre o impacto da pandemia na produção apontou que a redução no número de empregados continua sendo o último recurso adotado pelas empresas do setor.

Conforme o levantamento, embora tenha aumentado o percentual de entrevistadas que promoveram demissões, que estava em 20% em fevereiro, passou para 29% em março, e para 30% em abril, a maior parte das empresas está determinada a preservar os empregos neste período.

Observa-se que 80% das empresas indicaram que não reduziram seus quadros de empregados no mês de fevereiro de 2020, 71% deram essa indicação ao se referir ao mês de março e, 70% no mês de abril. “Mesmo nesse último mês em que verificamos o agravamento dos impactos negativos da pandemia, o percentual continua alto”, afirma Barbato.

Ele salienta que as características do setor em função do nível de sofisticação dos bens fabricados e grau de desenvolvimento tecnológico explicam essa opção. “Temos uma mão de obra muito qualificada, de tal forma que as empresas buscam reter esses profissionais já treinados vislumbrando a retomada das atividades”, ressalta.

Conforme essa última pesquisa, 95% das entrevistadas estão realizando ações com o objetivo de evitar ou reduzir demissões, tais como: teletrabalho; antecipação de férias individuais; acordos de redução de jornada de trabalho e salários; uso do banco de horas; férias coletivas; suspensão de contratos de trabalho; antecipação de feriados; utilização de linha de crédito para folha de pagamentos.

Barbato pondera que, apesar da determinação da maior parte das entrevistadas em manter os empregos no setor, as incertezas quanto à evolução da pandemia continuam causando muita preocupação. (Da Redação)

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