Economia

Produção da indústria em MG avança 5,9%

No primeiro semestre, resultado fica bem acima do País, que teve retração de 0,3%; em junho, porém, houve queda
Produção da indústria em MG avança 5,9%
Bom resultado do 1º semestre veio, entre outros, da cadeia automobilística, impactada pelo programa de incentivo aos veículos | Crédito: Charles Silva Duarte

Ao longo do primeiro semestre, a produção industrial, em Minas Gerais, cresceu 5,9%. O resultado ficou bem acima do nacional, que apresentou retração de 0,3%. No intervalo, o resultado positivo veio da boa performance do setor extrativo – puxado pela demanda aquecida por minério de ferro – e pela cadeia automobilística do Estado. Apesar do resultado maior nos primeiros seis meses do ano, considerando apenas junho, foi registrada queda de 1,1% quando comparado a maio. Frente a junho de 2022, a indústria mineira cresceu 4,4%.

De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física – Regional, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no que se refere aos resultados do primeiro semestre, a indústria de Minas Gerais, que avançou 5,9%, foi a que apresentou a maior influência positiva sobre o indicador geral do País, que retraiu 0,3%.

No País, entre janeiro e junho, em nove dos 18 locais, foram registradas altas com destaque para o Amazonas (9,8%), Pará (5,5%) e Rio de Janeiro (4,3%), além de Minas Gerais. Por outro lado, foram registradas quedas expressivas no desempenho das indústrias do Ceará (6,2%), Rio Grande do Sul (6,0%) e região Nordeste (4,5%) apontaram os recuos mais expressivos neste indicador.

O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, fez uma análise do desempenho positivo visto no Estado.

“No primeiro semestre, o desempenho da produção industrial do Estado superior ao do País refletiu os bons desempenhos do setor extrativo – puxado pela demanda aquecida por minério de ferro – e pela cadeia automobilística do Estado – que foi positivamente impactada pelo aumento das vendas diretas e pelo programa de incentivo à compra de veículos. Adicionalmente, os setores de bens de consumo não duráveis, como alimentos e combustíveis, mantiveram a boa performance”, explicou.

Conforme os dados do IBGE, entre janeiro e junho, a indústria extrativa cresceu 11,8% no Estado. A indústria de transformação avançou 2,8%. No segmento de transformação, das 13 atividades pesquisadas, oito apresentaram crescimento.

Os destaques positivos foram as indústrias de borrachas e material plástico, que cresceram 22,5%, seguida por celulose e papel (19,8%) e petróleo e biocombustíveis (12,5%). No sentido contrário, foram verificadas quedas em produtos químicos (12,9%) e materiais elétricos (7,7%).

Ante junho de 2022, a produção industrial do Estado avançou 4,4%, resultado também superior ao registrado no Brasil, que foi de 0,3%. O resultado mineiro foi a segunda maior influência positiva sobre o indicador nacional.

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O resultado positivo da indústria em Minas, frente a junho do ano passado, foi puxado pelos avanços no setor extrativo, que cresceu 2,8%, e no setor de transformação, com alta de 5,1%.

Na indústria de transformação, foram destaques positivos a alta de 111,2% vista na fabricação de celulose, papel e produtos de papel; na fabricação de produtos de borracha e de material plástico (54%); veículos automotores, reboques e carrocerias (20%) e máquinas e equipamentos (16,7%).

Tiveram queda a fabricação de produtos químicos, 29,9%, bebidas, 9,5%, e produtos de minerais não metálicos, 3,4%.

No acumulado dos últimos 12 meses, a indústria mineira também performou melhor que a média nacional. Enquanto no Estado houve avanço de 3,4%, no Brasil foi registrada alta de apenas 0,1%. No intervalo, a da atividade extrativa estadual cresceu 5,1% e a da indústria de transformação, 2,5%.

De acordo com Silva, para os próximos meses, a expectativa é que o crescimento da produção industrial de Minas Gerais se mantenha em ritmo superior ao do País.

“No âmbito interno, a resiliência do mercado de trabalho mineiro e o programa de renegociação de dívidas tendem a melhorar as condições financeiras das famílias e manter aquecida a demanda por bens industriais mais atrelados à renda. Adicionalmente, o crescimento no emplacamento de veículos (16,3% na passagem de junho para julho) indica que ainda pode haver impacto residual na cadeia automotiva do Estado em julho”.

Ainda segundo Silva, no cenário externo, apesar do crescimento chinês aquém do esperado, a demanda por minério de ferro deve continuar beneficiando a indústria extrativa do Estado no curto prazo.

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