Produção das indústrias registra queda de 3,9% em Minas Gerais

A produção industrial de Minas Gerais recuou 3,9% em outubro de 2021 na comparação com setembro. A queda foi influenciada pelo desempenho negativo da indústria extrativa, especialmente o minério de ferro, e pelo setor de alimentos. Esta é a quinta taxa negativa consecutiva.

De acordo com o analista do IBGE em Minas  Daniel Dutra, as taxas negativas refletem a conjuntura atual. “Temos o encarecimento dos custos de produção, desabastecimento de insumos e de matérias-primas, além de um cenário de incertezas que fazem com que a decisão das empresas de produzir mais seja adiada”, afirma.

Na comparação com outubro do ano passado, a produção industrial em Minas Gerais apresentou recuo de 4,5%. De acordo com o IBGE,  houve avanço apenas em quatro das 13 atividades pesquisadas. 

As maiores altas foram nas atividades de metalurgia (12,8%) e na fabricação de máquinas e equipamentos (11,4%). 

Já as atividades de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-23,7%), fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-21,0%), fabricação de produtos têxteis (-18,0%) e fabricação de produtos alimentícios (-17,0%) apresentaram recuos em outubro de 2021 quando comparadas com outubro de 2020.

O desempenho do setor industrial em Minas ficou positivo no acumulado dos dez primeiros meses do ano. Entre janeiro e outubro, a alta atingiu 12% na comparação com igual intervalo de 2020. 

A maior alta no acumulado do ano foi registrada no setor de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, com incremento de 55,3% no acumulado do ano até outubro ante os dez primeiros meses do exercício passado. 

Cenário – “Já se fala numa crise mundial dos semicondutores, o que paralisa a produção de automóveis, por exemplo. O cenário é desafiador para a política de negócios também devido à inflação e às incertezas econômicas e políticas’’, explica Daniel Dutra. 

Média nacional – Na comparação com outubro do ano anterior, a indústria nacional teve redução de 7,8% em outubro de 2021, com 13 dos 15 locais pesquisados apontando taxas negativas. Pará (-14,2%), Santa Catarina (-12,5%), São Paulo (-12,3%) e Amazonas (-11,9%) tiveram as maiores quedas. 

No indicador acumulado para o período janeiro-outubro de 2021, a média nacional apresentou alta de 5,7%, sendo que dez dos 15 locais pesquisados apresentaram avanços, com destaque para Santa Catarina (13,8%), Minas Gerais (12%) e Paraná (11,2%). 

O índice acumulado no País, nos últimos 12 meses, apontou avanço de 5,7%, sendo que cinco dos 15 locais pesquisados apresentaram indicadores negativos, com destaque para Bahia (-10,8%) e Mato Grosso (-6,1%). Minas Gerais apresentou avanço de 11,9% no período.