Economia

Produção de aço bruto recua, mas resultado ficou melhor do que o esperado pelo setor

Produção de aço bruto recua, mas resultado ficou melhor do que o esperado pelo setor
Crédito: REUTERS/Paulo Whitaker

A produção brasileira de aço bruto foi de 12,1 milhões de toneladas nos cinco primeiros meses de 2020, o que representa uma queda de 15,9% frente ao mesmo período do ano anterior. As informações foram divulgadas ontem pelo Instituto Aço Brasil (Aço Brasil).

A produção de laminados no mesmo período foi de 8,5 milhões de toneladas, 13,4% menor do que o registrado no mesmo período de 2019. A produção de semiacabados para vendas totalizou 3,3 milhões de toneladas de janeiro a maio de 2020, uma redução de 11,4% na mesma base de comparação.

O Aço Brasil esclarece que devido a uma perda que ocorre durante o processo produtivo do aço, a soma da produção de laminados e semiacabados para vendas não equivale ao total da produção de aço bruto.

As vendas internas foram de 6,8 milhões de toneladas de janeiro a maio de 2020, o que representa uma queda de 12,3% quando comparada com o apurado em igual período do ano anterior . O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 7,6 milhões de toneladas no acumulado até maio de 2020, o que representa uma redução de 12,6% frente ao ocorrido nos cinco primeiros meses de 2019 .

As importações alcançaram 854 mil toneladas no acumulado de janeiro a maio de 2020, com uma queda de 21,7% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US﹩ 908 milhões, uma redução de 17,2% na mesma base de comparação.

As exportações atingiram 5,1 milhões de toneladas e US﹩ 2,6 bilhões de janeiro a maio de 2020. Esses valores representam, respectivamente, uma queda de 9,3% e de 22,4% na comparação com o mesmo período de 2019.

Maio – Em maio de 2020 a produção brasileira de aço bruto foi de 2,2 milhões de toneladas, uma queda de 22,6% frente ao mesmo mês de 2019. Já a produção de laminados foi de 1,4 milhão de toneladas, 29,3% menor que do que a registrada em maio de 2019. A produção de semiacabados para vendas foi de 630 mil toneladas, uma retração de 3,2% em relação ao mesmo mês de 2019.

As vendas internas caíram 23,2% frente a maio de 2019, atingindo 1,2 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 1,3 milhão de toneladas, 24,8% abaixo do apurado no mesmo período de 2019.

As importações de maio de 2020 foram de 149 mil toneladas e US﹩ 163 milhões, o que resulta em uma redução de 36,0% em quantum e de 31,4% em valor na comparação com o registrado em maio de 2019 . As exportações foram de 940 mil toneladas e US﹩ 464 milhões, o que significa queda de 23,9% e de 39,0%, respectivamente, na comparação com o mesmo mês de 2019.

Análise – De acordo com o Aço Brasil, em nota, esses dados indicam um cenário menos negativo do que o esperado. A produção aumentou 20,8% e as vendas internas 22,6% em maio na comparação com o mês de abril. O consumo aparente de aço cresceu 19,7% e as exportações 6,5%, também frente ao mês anterior.

“Apesar do 1º semestre não ter sido tão negativo quanto o previsto no início da crise provocada pela pandemia do Covid-19 no mundo, os números demonstram a gravidade da crise de demanda que a indústria de aço está enfrentando. Mesmo com o início da flexibilização do isolamento social, que vínhamos defendendo, sempre com base em protocolos de segurança que protejam a população, o futuro próximo ainda é de muita incerteza”, diz o presidente executivo da entidade, Marco Polo de Mello Lopes.

Operando com 51% da capacidade instalada e com a expectativa de que a retomada do mercado interno não ocorra de imediato e sim de forma gradativa, as exportações se apresentam como alternativa para melhorar essa condição.

“Para tanto é necessário que o governo aprove de imediato o aumento do Reintegra para corrigir parcialmente as assimetrias competitivas na exportação, com o ressarcimento dos resíduos tributários”, afirma Lopes.

Confiança – O Aço Brasil divulgou também o Índice de Confiança da Indústria do Aço (Icia) do mês de maio, que retrata essa situação. “O Icia, que atingiu o índice de 46,9 pontos, indica que os CEOs do setor estão menos pessimistas quanto à situação atual e melhoraram suas expectativas em relação aos próximos seis meses”, finaliza Marco Polo. (Da Redação)

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