Produção de aço bruto sobe e Minas Gerais segue na liderança nacional

A siderurgia de Minas Gerais produziu 887 mil toneladas de aço bruto em setembro deste ano, alta de 23,7% em relação ao mesmo intervalo de 2023 (717 mil/t). No acumulado dos nove primeiros meses de 2024, as siderúrgicas do Estado fabricaram 7,7 milhões de toneladas, incremento de 10,7% em comparação a igual época do exercício anterior (6,9 milhões/t).
Com o resultado, as siderúrgicas mineiras lideraram a produção de aço bruto no Brasil tanto no nono mês quanto no acumulado anual. No primeiro período, o parque siderúrgico do Estado respondeu por 31,2% do total nacional, ao passo que, no segundo, representou 30,5%.
Apenas no mês passado, a siderurgia brasileira fabricou 2,8 milhões de toneladas de aço bruto, crescimento interanual de 9,9% (foram 2,6 milhões/t em setembro de 2023). Já no acumulado de 2024, as siderúrgicas do País fabricaram 25,2 milhões/t, acréscimo de 4,4% no confronto ano a ano (foram 24,1 milhões/t nos primeiros nove meses do exercício anterior).
Os dados são do Instituto Aço Brasil, representante do setor no País, com associadas como Gerdau, Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), ArcelorMittal, Aperam, entre outras.
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Conforme a entidade, a produção mineira de aços semiacabados para venda e laminados subiu 9% em setembro, para 845 mil toneladas, e 0,9% em 2024, para 7,1 milhões de toneladas. Em ambos os casos, o Estado foi líder em market share, com 29,9% e 28,8%, respectivamente. No País, o avanço interanual chegou a 12,7%, para 2,8 milhões/t, e 3,1% no ano, para 24,5 milhões/t.
Além da produção, vendas internas e consumo aparente crescem; exportações caem
Outros indicadores nacionais do setor também avançaram no nono mês do ano e no acumulado. As vendas internas das siderúrgicas totalizaram 1,9 milhão de toneladas em setembro (+14%) e 15,9 milhões/t desde janeiro (+7,4%), enquanto os respectivos volumes do consumo aparente de produtos siderúrgicos foram de 2,4 milhões/t (+9,1%) e 19,6 milhões/t (+8,4%).
No entanto, o Ibram registrou uma redução nas exportações das empresas produtoras de aço nos dois comparativos. As companhias venderam para o mercado externo 704 mil toneladas em setembro (-15,5%) e 7,7 milhões/t na soma dos nove primeiros meses de 2024 (-13,1%).
Barreira comercial não impede crescimento das importações de aço
Pelo terceiro mês consecutivo, as importações de aço bateram recorde no País, indicando, mais uma vez, que a barreira comercial imposta pelo governo brasileiro para frear a alta dos números não tem surtido efeito. Em setembro, a quantidade cresceu 19,8% em relação a igual intervalo de 2023, para 658 mil toneladas, o maior nível da série histórica do Aço Brasil, com início em 2013.
Com o envio de 343,7 mil toneladas no período, os embarques da China caíram 6,1%, porém, os chineses seguiram como os principais fornecedores de produtos siderúrgicos para o mercado brasileiro. Para efeitos de comparação, a Europa exportou 128 mil/t, menos da metade do volume embarcado pelos chineses, embora as exportações do continente tenham crescido 109,5%.
No acumulado de 2024, as importações de aço chegaram a 4,6 milhões de toneladas (53,2% proveniente da China), número bem próximo do projetado em junho pela entidade para o ano, de 4,7 milhões/t, o que representaria baixa de 7% frente ao total importado no último exercício. Antes da cota-tarifa entrar em vigor no dia 1º de junho, o Instituto previa alta de 20%.
O mecanismo de defesa da siderurgia implementado pelo governo federal, após quase um ano de tratativas com as empresas, colocou cotas para a importação de 11 tipos de produtos siderúrgicos, com alíquota de 25% sobre a quantidade excedente. A medida, cujos resultados positivos não estão vindo como o esperado, não agradou totalmente o setor, que achou a cota generosa.
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