Produção de autopeças em Minas Gerais segue na estabilidade

Ainda que as perspectivas para 2024 sejam melhores, o mercado de autopeças em Minas Gerais segue andando de lado e prevê encerrar este ano de 2023 com estabilidade no volume de produção em relação ao exercício passado. A informação é do diretor regional do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) no Estado, Fábio Sacioto.
Conforme ele explica, a elevada taxa básica de juros da economia, atualmente em 13,25% ao ano, permanece impactando o setor. A projeção otimista para o ano que vem se justifica exatamente pela expectativa de uma redução desse percentual. Nesta quarta-feira (20), inclusive, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reunirá para definir a nova Selic. Economistas projetam mais um recuo de meio ponto, reduzindo o índice para 12,75% ao ano.
“A previsão de fechamento para 2023 é igual à do ano passado em termos de veículos e, consequentemente, de autopeças. Isso se deve muito aos juros altos. Mas a nossa expectativa é que, no fim do ano, tenha um crescimento nas médias mensais e que, em 2024, com a possível queda de juros, a gente consiga aumentar a produção com relação a 2022 e 2023”, afirmou.
Em 2022, o Brasil registrou a produção de 2,37 milhões de veículos, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A mesma entidade estima um leve crescimento de 2,2% neste exercício, elevando o número para 2,42 milhões. Na estimativa do Sindipeças, a fabricação neste ano será de 2,34 milhões de automóveis, representando um pequeno recuo de 1,3%, o que tende a confirmar o momento estável do setor.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
De acordo com Sacioto, a capacidade instalada do parque fabril de autopeças no Estado, ao término do primeiro semestre, era de apenas 71%, um baixo patamar na comparação com outras épocas. Para se ter uma ideia, as fabricantes mineiras de componentes para veículos automotores chegaram a operar, em tempos favoráveis, com uma média de 90% de utilização das fábricas.
Mercado mineiro de autopeças aproveita bom momento da Stellantis
Embora o setor esteja estagnado, o dirigente ressalta que as indústrias mineiras estão aproveitando o cenário positivo da Stellantis, que, segundo ele, está conseguindo ter um desempenho melhor do que as concorrentes. A dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, possui um complexo fabril em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
“A Stellantis está tendo um resultado melhor na participação de mercado e isso beneficia muito Minas Gerais, porque, apesar de vender em outros estados, a grande produção da montadora é feita aqui e, com isso, os fornecedores locais também são beneficiados. Hoje somos o Estado que melhor está aproveitando esse bom momento da Stellantis”, destacou.
Medida do governo aumenta média diária de vendas de veículos
Em 25 de maio, o governo federal anunciou um programa de estímulo à indústria automotiva, que reduzia os preços de uma série de carros. A medida entrou em vigor no dia 6 de junho. Nesse período em que demorou para ser implementada, as vendas de veículos caíram, uma vez que os consumidores aguardavam os descontos para realizar as aquisições, conforme o diretor regional do Sindipeças, fazendo com que o incentivo não tivesse o efeito esperado de aumento nas vendas.
Segundo Sacioto, a medida, que durou apenas algumas semanas, somente recuperou as vendas perdidas entre o dia 25 e o dia 6. Por outro lado, ele destaca que o programa incentivou a retomada das compras e a média diária cresceu em julho, crescimento este que se manteve em agosto e agora em setembro. Isso também se refletiu em uma melhora na produção de autopeças.
Ouça a rádio de Minas