Produção de carvão vegetal da Aperam é modernizada
Com unidades em Capelinha, Itamarandiba, Minas Novas, Turmalina e Veredinha, no Vale do Jequitinhonha, a Aperam BioEnergia está investindo em R$ 135 milhões na modernização do sistema de fornos para a produção de carvão vegetal no País. O modelo FAP 2000, equipamento próprio e patenteado pela BioEnergia, é o maior forno do mundo em operação no setor. De acordo com a empresa, a estimativa é encerrar este ano com a produção de 450 mil toneladas do insumo.
À frente do processo de inovação, o diretor da Aperam, Edimar de Melo Cardoso, afirma que, para a produção do carvão vegetal, as metas atuais da empresa visam aumentar a eficiência operacional e a segurança dos colaboradores. A companhia é pioneira na produção de carvão vegetal do Brasil, sendo a maior fabricante do insumo no mundo.
“Investimos neste ano em seis novos fornos do modelo FAP 2000 em substituição aos 24 fornos que tínhamos do tipo FAP 220. Esses novos são considerados os maiores fornos do mundo para a transformação da lenha de eucalipto em carvão vegetal. Eles possuem abertura e fechamento de portas de forma automatizada, e são capazes de aumentar a capacidade de produção, porém com uma maior redução no consumo de madeira e de emissão de CO2. Esses diferenciais aumentam a nossa capacidade de automatizar e consequentemente nossa competitividade”, ressalta.
Somente neste ano, essas aquisições para o equipamento somam um aporte de R$ 35 milhões. No entanto, segundo o diretor, até 2025, outros 15 novos fornos FAP 2000 serão instalados por meio de um investimento de R$ 100 milhões. “Há ainda um diferencial importante, pois antes os nossos fornos eram de alvenaria, o que levava maior tempo para o resfriamento, e resultando numa produtividade mais lenta”, explica. Já o FAP 2000, segundo Edimar Cardoso, pode oferecer uma capacidade três vezes superior à tecnologia do RAC 700, outro modelo de forno presente na empresa, com usabilidade que varia entre 15 e 20 anos, e que entrará em breve para a rota de substituição.

Pioneira
O FAP 2000 é uma tecnologia que visa reforçar o trabalho forte da empresa em investir na inovação, na tecnologia e na segurança aos trabalhadores. Inclusive, neste ano, a empresa realizou a implantação de dois novos queimadores de gases, também modelos próprios, que integrados com o sistema de automatização, permite um aparato tecnológico de alto desempenho. Eles garantem aos 100% da produção do carvão vegetal, um produto final com um resultado de maior qualidade, com ganhos em padronização e sustentabilidade.
“O carvão mineral não é renovável. Já o carvão vegetal produzido pela Aperam BioEnergia, que participa na redução do minério de ferro, é utilizado na fabricação do aço em nossa indústria em Timóteo. Por se tratar de uma matéria-prima gerada a partir da sustentabilidade e ancorada sobre outras práticas sustentáveis, o produto final como o aço inoxidável e os aços elétricos vão derivar no Aço Verde”, detalha o diretor.
ESG
A Aperam BioEnergia, atualmente, administra 126 mil hectares de áreas distribuídas em Capelinha e cidades do entorno, dos quais 76 mil hectares são dedicados à plantação de eucalipto para a produção do carvão vegetal. A expectativa é que o tamanho da floresta possa ter uma expansão de aproximadamente 20% nos próximos anos, de acordo com o diamétrico e o aumento da idade das árvores.
Na prática, para processar 450 mil toneladas do biorredutor, como acontece atualmente, a empresa conta com 283 fornos, dos quais 121 unidades do modelo RAC 220; 161 do tipo RAC 700; e uma unidade do FAP 2000. Em suma, o sistema pode produzir aproximadamente 2 milhões de metros cúbicos de carvão ao ano.
“Além dos novos fornos de carbonização, que na verdade são de redução de carbono, e também dos queimadores de gases, estamos investindo na melhor eficiência de recursos de operação. Estamos com frotas de máquinas que exigem cada vez menos consumo. Estamos investindo na melhor eficiência hídrica, além de investimentos para a nossa indústria de Timóteo”, elenca Cardoso. Para a modernização da usina siderúrgica e da BioEnergia, foram investidos recentemente US$ 117,5 milhões, o equivalente a R$ 588 milhões. O aporte foi destinado para melhorias em inovação, otimização de processos, redução de poluentes e sustentabilidade
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