Produção de veículos cresce 0,7% em novembro

São Paulo – A indústria de veículos do Brasil em novembro teve crescimento de 0,7% na produção ante outubro, desacelerando o ritmo de expansão que vinha acelerado desde meados do ano, diante da flexibilização das medidas de isolamento social, informou na segunda-feira (7) aAssociação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A produção somou 238,2 mil unidades, uma alta de 4,7% na comparação com novembro do ano passado. No acumulado do ano até o fim de novembro, o volume de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus produzidos no país mostra queda de 35% sobre um ano antes, a 1,8 milhão de unidades.
Já os licenciamentos subiram 4,6% na comparação mensal em novembro e recuaram 7,1% sobre o mesmo mês de 2019, para cerca de 225 mil unidades. No acumulado, a queda é de 28,1%, para 1,81 milhão de unidades.
Em videoconferência com jornalistas, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirmou que o nível de estoque de veículos novos do setor ao final de novembro, incluindo pátios de montadoras e de concessionários, é o menor desde o início de 2004, a 119,4 mil unidades.
Máquinas agrícolas – As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias no Brasil registraram avanço de 29,5% em novembro, em relação ao mesmo período de 2019, para 4.267 unidades, segundo o levantamento da Anfavea.
Com produtores rurais mais capitalizados por preços recordes das commodities ao longo de 2020, firme demanda externa e alto patamar do câmbio, o cenário é favorável para a retomada de investimentos na lavoura, apesar da pandemia.
O desempenho registrado em novembro foi o melhor para o mês, pelo menos, desde 2017. Os tratores de rodas responderam por 3.071 do total comercializado, aumento também de 29,5%.
De olho em uma safra que caminha para ser recorde em 2020/21, a venda de colheitadeiras de grãos alcançou 662 unidades, alta de 34,8% ante igual período do ano passado.
No acumulado de janeiro a novembro, foram comercializadas 42.071 unidades de máquinas do setor, alta de 3,8% no comparativo anual, conforme dados da associação.
Ainda segundo a Anfavea, a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias atingiu 4.971 unidades em novembro, aumento de 13,3% no ano a ano. Já nos onze meses 2020, houve queda de 15,5%, para 42.952 unidades.
As exportações do setor somaram 804 unidades no mês passado, retração de 27,8%, enquanto os embarques acumulados até novembro caíram 32,6%, para 8.042 unidades. (Reuters)
Setor sinaliza incerteza sobre suprimentos
São Paulo – A indústria de veículos está vendo riscos elevados à produção neste final de ano diante de problemas gerados por volatilidade do câmbio e pela pandemia de Covid-19, cujo recrudescimento de casos em vários países e regiões do Brasil tem impactado cadeias de fornecimentos de peças.
“A gente faz coisas impossíveis, mas milagre ainda não fazemos. Se faltar peça, a consequência é dificuldade na entrega de veículos. Existe sim, risco muito forte. Pode acontecer em dezembro”, disse o presidente da) aAssociação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, em videoconferência com jornalistas na segunda-feira (7).
A indústria terminou novembro com o menor nível de estoque de veículos prontos desde o início de 2004, a 119,4 mil unidades, informou o executivo, citando os problemas na cadeia de suprimentos, que voltaram a se intensificar no mês passado.
As vendas tiveram alta de 4,6% sobre outubro, mas caíram 7,1% na comparação anual. A produção, enquanto isso, ficou praticamente estável em novembro sobre o mês anterior, subindo 4,7% ante o mesmo mês de 2019.
“Estamos tendo problemas com aço, borracha, termoplástico, pneus.E um risco imediato. Já tínhamos registrado microparadas e agora estamos observando paradas em materiais importados, paradas por conta de contaminação de fornecedor”, disse Moraes. “Tem casos de fornecedor na Inglaterra, onde houve aumento da segunda onda (de Covid-19) e isso afeta toda a logística de material importado”, acrescentou.
Além dos problemas de fornecimento, o executivo afirmou que a indústria de veículos ainda enfrenta alta de custos e volatilidade do câmbio que dificulta contratos de exportação e importações de componentes.
CSN – Questionado sobre afirmação da siderúrgica CSN, em meados de outubro, de que o reajuste nos preços do aço vendido a montadoras de veículos não poderia “ser menor que 30%”, Moaraes afirmou que o aumento pode ser um bumerangue para os produtores da liga.
“Trinta por cento da siderurgia é setor automotivo. (O reajuste) resolve o problema dela, mas cria outro que pode abalar a demanda. A siderurgia lançou um bumerangue e o problema pode voltar para eles”, disse o executivo sem confirmar que índices de reajuste que siderúrgicas estão negociando com as montadoras. “A negociação do aço está muito dura. O que não queríamos ter agora é um aumento de custos desta magnitude”.
Os executivos da entidade evitaram fazer projeções para 2021, citando um quadro ainda muito incerto por causa da pandemia e seus impactos. (Reuters)
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