Economia

Produção e emprego da indústria mineira recuam em abril

Evolução da produção recuou 3,1 pontos, enquanto número de empregados ficou 0,8 ponto inferior frente a abril do ano passado
Produção e emprego da indústria mineira recuam em abril
O índice de evolução de emprego no setor industrial de Minas Gerais recuou 0,8 ponto frente a abril do ano passado | Foto: Divulgação Sanzio Mello

Pelo sexto mês consecutivo, a produção e o emprego da indústria seguem em queda em Minas Gerais, sob impacto de efeitos da desaceleração na economia nacional. Em abril, o índice de evolução da produção atingiu 48,3 pontos, com redução de 0,6 ponto frente a março e de 3,1 pontos em relação ao mesmo mês do ano passado.

No mesmo período, a evolução do número de empregados também permaneceu abaixo dos patamares satisfatórios, porém próximo da estabilidade, marcando 49,7 pontos. Apesar disso, na comparação com o mês anterior, o indicador avançou 2,1 pontos, enquanto frente a abril de 2024 ficou 0,8 ponto inferior.

Os dados constam na pesquisa ‘’Sondagem Industrial’’, divulgada nesta segunda-feira (26) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Os indicadores desejáveis devem ser superiores à linha de 50 pontos – limite entre queda e aumento.

Apesar da retração, os estoques da indústria em Minas Gerais ficaram aquém do nível planejado pelo terceiro mês seguido. Já os estoques de produtos finais das empresas voltaram a crescer em abril, após dois meses seguidos de queda, somando 51,2 pontos.

A economista da Fiemg, Daniela Muniz, ressalta que os dados mostram que a demanda por bens industriais superou as expectativas dos empresários no último mês. “Apesar de alguns dados terem surpreendido positivamente, indicando atividade econômica, o que predomina são os indicadores de desaceleração”, pontua.

Com relação à utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual, o indicador atingiu 42,3 pontos – indicando que a indústria segue operando abaixo da capacidade produtiva habitual para o mês em Minas Gerais. Na comparação com março, o indicador recuou 0,2 ponto, e, frente a abril de 2024, houve uma retração de 1,6 ponto.

Estabilidade fiscal é essencial para restaurar a confiança dos empresários e investidores

Para o futuro, a economista indica que as expectativas captadas na pesquisa refletem um cenário complexo, marcado por incertezas nos negócios. “A percepção predominante é que a economia tende a perder tração, somado orçamento prejudicado para medidas de estímulo”, reforça.

A instabilidade fiscal no Brasil tem gerado preocupações significativas entre empresários e investidores. Para o economista e docente do UniBH, Fernando Sette Jr., o recente contingenciamento de R$ 31,3 bilhões anunciado pelo governo federal limita o crescimento das despesas públicas. “Essas medidas, embora positivas, podem ser insuficientes para estabilizar a dívida pública e restaurar a confiança dos agentes econômicos”, afirma.

Para reverter esse cenário, Sette Jr. avalia a necessidade do governo federal adotar medidas concretas para garantir a sustentabilidade das contas públicas. Dentre as eventuais soluções, ele reforça a importância da implementação de um arcabouço fiscal crível e o controle efetivo dos gastos públicos.

“A estabilidade fiscal é essencial para restaurar a confiança dos investidores, estimular o consumo e promover a retomada do crescimento econômico, beneficiando a indústria mineira e o País na totalidade”, conclui.

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