Economia

Produção industrial avança em Minas Gerais acima da média nacional

Apesar de avanços, atividade da indústria em 2024 segue com resultados inferiores ao mercado nacional
Produção industrial avança em Minas Gerais acima da média nacional
Foto: Reprodução Pixabay

Em contraste com a queda nacional de 0,2%, a produção da indústria de Minas Gerais avançou 0,6% em outubro. A alta, observada na Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (13), foi influenciada pelo avanço de 0,4% na indústria de transformação.

No comparativo com o mesmo período de 2023, os avanços na indústria de transformação somaram 9,8%, tornando-se uma das categorias com o maior crescimento no período.

No total, a produção no Estado avançou 5,4% com relação a outubro do ano passado. Veículos (26,3%), Fumo (20%), Petróleo e Biocombustíveis (19,9%) e Minerais não metálicos (16,4%) foram os segmentos que apresentaram maior crescimento.

Em contrapartida, três setores exerceram influência negativa na atividade da indústria de Minas Gerais. As atividades: Máquinas e Equipamentos, Bebidas e Extrativa retraíram 9%, 6,3% e 5,7% respectivamente.

A economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Juliana Gagliardi, pontua que, apesar de modesto, o avanço superior à média nacional é um indicativo otimista.

“Percebemos que houve um avanço em outubro e esse resultado, apesar de modesto foi superior a indústria nacional, que caiu. Apesar disso, houve uma queda na indústria extrativa tanto na comparação com o mês anterior, quanto com 2023″, diz.

Indústria de Minas Gerais deve encerrar o ano com crescimento inferior a média nacional

No acumulado de 2024, a atividade extrativa avançou 4,9% em Minas Gerais, indicando um possível sinal de recuperação. O crescimento é superior ao resultado nacional, que evoluiu 1,3% – embora no geral, neste ano, a indústria brasileira (3,4%) tenha se firmado acima da mineira (3,1%).

Com relação à indústria de transformação em Minas Gerais – que avançou 2,5% neste ano – as atividades de alimentos (3,1%) e produtos químicos (6%) foram as que mais contribuíram positivamente para esse resultado. No caminho oposto, metalurgia (-3,2%) e máquinas e equipamentos (-8,6%) exerceram as principais influências negativas no ano.

A economista explica que, a queda expressiva no setor de metalúrgico, se não recuperada, pode impactar significativamente a economia mineira. Dentre os fatores que justificam os resultados são as pressões exteriores de países como a China, que nos últimos vinte anos, aumentou a participação no mercado global de aço de 15% para 54%, segundo dados da Associação Latino-Americana de Aço (Alacero).

Segundo Juliana Gagliardi, a expectativa é que a indústria de Minas Gerais finalize o ano com crescimento, embora inferior à média nacional. Para 2025, analisando o atual contexto econômico e futuras projeções, as elevadas taxas de juros e uma perspectiva de elevação ainda maior no próximo ano pode afetar a indústria nacional, reduzindo investimentos produtivos e o dinamismo industrial no Brasil.

Além disso, problemas cambiais também podem causar pressões nos preços de insumos industriais. “Apesar disso, a gente acredita que a atividade econômica deve desacelerar um pouco, mais ainda manter um crescimento, mesmo que um pouco mais lento”, conclui.

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