Produção industrial avança em Minas Gerais acima da média nacional

Em contraste com a queda nacional de 0,2%, a produção da indústria de Minas Gerais avançou 0,6% em outubro. A alta, observada na Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (13), foi influenciada pelo avanço de 0,4% na indústria de transformação.
No comparativo com o mesmo período de 2023, os avanços na indústria de transformação somaram 9,8%, tornando-se uma das categorias com o maior crescimento no período.
No total, a produção no Estado avançou 5,4% com relação a outubro do ano passado. Veículos (26,3%), Fumo (20%), Petróleo e Biocombustíveis (19,9%) e Minerais não metálicos (16,4%) foram os segmentos que apresentaram maior crescimento.
Em contrapartida, três setores exerceram influência negativa na atividade da indústria de Minas Gerais. As atividades: Máquinas e Equipamentos, Bebidas e Extrativa retraíram 9%, 6,3% e 5,7% respectivamente.
A economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Juliana Gagliardi, pontua que, apesar de modesto, o avanço superior à média nacional é um indicativo otimista.
“Percebemos que houve um avanço em outubro e esse resultado, apesar de modesto foi superior a indústria nacional, que caiu. Apesar disso, houve uma queda na indústria extrativa tanto na comparação com o mês anterior, quanto com 2023″, diz.
Indústria de Minas Gerais deve encerrar o ano com crescimento inferior a média nacional
No acumulado de 2024, a atividade extrativa avançou 4,9% em Minas Gerais, indicando um possível sinal de recuperação. O crescimento é superior ao resultado nacional, que evoluiu 1,3% – embora no geral, neste ano, a indústria brasileira (3,4%) tenha se firmado acima da mineira (3,1%).
Com relação à indústria de transformação em Minas Gerais – que avançou 2,5% neste ano – as atividades de alimentos (3,1%) e produtos químicos (6%) foram as que mais contribuíram positivamente para esse resultado. No caminho oposto, metalurgia (-3,2%) e máquinas e equipamentos (-8,6%) exerceram as principais influências negativas no ano.
A economista explica que, a queda expressiva no setor de metalúrgico, se não recuperada, pode impactar significativamente a economia mineira. Dentre os fatores que justificam os resultados são as pressões exteriores de países como a China, que nos últimos vinte anos, aumentou a participação no mercado global de aço de 15% para 54%, segundo dados da Associação Latino-Americana de Aço (Alacero).
Segundo Juliana Gagliardi, a expectativa é que a indústria de Minas Gerais finalize o ano com crescimento, embora inferior à média nacional. Para 2025, analisando o atual contexto econômico e futuras projeções, as elevadas taxas de juros e uma perspectiva de elevação ainda maior no próximo ano pode afetar a indústria nacional, reduzindo investimentos produtivos e o dinamismo industrial no Brasil.
Além disso, problemas cambiais também podem causar pressões nos preços de insumos industriais. “Apesar disso, a gente acredita que a atividade econômica deve desacelerar um pouco, mais ainda manter um crescimento, mesmo que um pouco mais lento”, conclui.
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