Produção da indústria avança em Minas Gerais pelo segundo mês consecutivo

A produção da indústria mineira avançou pelo segundo mês seguido. Em agosto, o índice registrado foi de 52,5 pontos, acima dos 50, a fronteira entre recuo e expansão. O indicador apresentou baixa de 2,4 pontos na comparação com julho (54,9 pontos), porém, avançou levemente 0,2 ponto em relação a agosto de 2023 (52,3 pontos).
Os dados são da pesquisa Sondagem Industrial, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
A alta na produção industrial no Estado foi influenciada pelo consumo elevado das famílias, sustentado pelo aumento da renda média da população, explica a economista da Fiemg, Daniela Muniz (leia a análise completa ao final do texto).
O índice de evolução do número de empregados, com 51,1 pontos, também apresentou alta do emprego no setor industrial do Estado durante o mês. O indicador subiu 1,3 ponto em relação a julho (49,8 pontos) e 1,2 ponto frente a agosto de 2023 (49,9 pontos).
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Já a utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual marcou 46,6 pontos em agosto e ficou abaixo dos 50 pontos, o que indica que as empresas operaram com capacidade produtiva inferior à habitual do mês. O índice subiu 1,5 ponto frente a julho e avançou 1,7 ponto em relação a agosto de 2023 (44,9 pontos).
Pelo terceiro mês seguido, os estoques de produtos finais recuaram. Em agosto, o índice registrou 48,6 pontos – abaixo de 50 pontos indica queda nos estoques. Apesar disso, eles ficaram um pouco acima do nível planejado pela indústria, o que indica demanda por bens inferior à esperada em Minas Gerais.
Expectativas de demanda e investimentos da indústria em Minas Gerais
A expectativa de demanda registrou 56,7 pontos em setembro e mostra perspectiva de elevação da demanda nos próximos seis meses, pelo 51º mês consecutivo, ao ficar acima dos 50 pontos. O indicador apresentou leve queda de 0,2 ponto na comparação com agosto (56,9 pontos), mas alta de 1,1 ponto ante setembro de 2023 (55,6 pontos).
Com relação às expectativas da indústria de Minas Gerais para os próximos seis meses, a compra de matérias-primas marcou 53,1 pontos em setembro, recuo de 1,5 ponto em relação a agosto (54,6 pontos) e de 0,8 ponto em relação a setembro de 2023 (53,9 pontos).
O índice de expectativa de número de empregados registrou 51,9 pontos no mês e sinaliza, pelo terceiro mês consecutivo, aumento do emprego industrial no Estado nos próximos seis meses. A intenção de investimento marcou 60,4 pontos, recuo de 0,9 ponto frente a agosto (61,3 pontos), mas 1 ponto superior ao apurado em setembro de 2023 (59,4 pontos).
Consumo impulsiona indústria de Minas
O mercado de trabalho aquecido e as políticas de transferência de renda do governo federal, além das condições de crédito mais favoráveis, aumentaram o poder aquisitivo da população no Estado, explica Muniz. “Todos esses fatores têm impulsionado o consumo das famílias e tem explicado esse vigor no caso da produção industrial”, disse.
A Sondagem Industrial aponta que a indústria de Minas Gerais ainda tem espaço para aumentar a produção, já que não utilizou toda a capacidade produtiva habitual para o mês.
A economista ressalta que, ainda assim, o uso da capacidade instalada está acima da média. “Apesar do índice continuar abaixo dos 50 pontos, houve melhora quando compara tanto com o resultado do ano passado, como com o resultado da série histórica”, pontua Muniz.
O que pode aumentar o uso da capacidade produtiva da indústria de Minas Gerais é a demanda interna continuar aquecida – cenário que deve permanecer segundo indicadores econômicos de crescimento, empregabilidade, consumo e investimentos.
“O consumo vai continuar sustentado pelo crescimento da renda, do mercado de trabalho aquecido e políticas de transferência de renda, além das condições mais favoráveis do crédito das famílias”, disse Muniz. “O investimento tem se recuperado, mas continua historicamente baixo. Comparando com o ano passado, realmente há evolução positiva”, completa.
A economista faz a ressalva que a insegurança com a situação fiscal do País pode deteriorar o cenário positivo do consumo, principalmente se gerar uma pressão inflacionária.
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