Produção da indústria avança em outubro, aponta Fiemg

A produção do setor industrial em Minas Gerais cresceu no mês de outubro. As informações são da pesquisa Sondagem Industrial de novembro, divulgada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). O índice de evolução da produção da indústria registrou aumento de 4,2 pontos em relação a setembro (46,1) e alcançou 50,3 pontos, ficando acima dos 50 pontos – limite entre queda e elevação.
A economista da Fiemg, Daniela Muniz, explica que, além do maior número de dias úteis, o aumento da atividade da indústria se deu pelo mês de outubro ser tradicionalmente mais aquecido pela demanda de final do ano, com Black Friday e Natal. Por conta disso, a pesquisa ainda não demonstra uma recuperação da indústria.
“Não podemos falar em início de recuperação da atividade, até porque o que temos visto nos últimos meses é justamente uma desaceleração, o que já era esperado por questão da política monetária mais restritiva, que está atuando para reduzir a atividade e, com isso, controlar a inflação. O que aconteceu realmente foi um fator pontual”, afirma Daniela Muniz.
A economista aponta que o último trimestre de 2023 reserva um aumento da produção industrial em outubro, seguido de desaquecimento da demanda, quando o comércio registrará aumento. “Em novembro vamos ver se vai pelo menos manter ou se já vai reduzir um pouco. Dezembro já costuma ser um mês mais fraco. Outubro costuma ser o ápice para a indústria e, a partir daí, é o comércio que vai ter esse impacto maior do final de ano”, disse a economista da Fiemg.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Além da produção industrial, a pesquisa mostrou que o emprego aumentou após três quedas seguidas. O indicador de evolução dos números de empregados cresceu 2,1 pontos quando comparado com o mês anterior e registrou 50 pontos ante 47,9 em setembro. Em relação a outubro de 2022 (50,5), a redução foi 0,5 ponto.
Insatisfação com estoques da indústria
Nos últimos meses, uma insatisfação recorrente dos empresários é o acúmulo indesejado de estoques. Em outubro, os acúmulos de produtos finais voltaram a ficar acima do planejado pelas indústrias e o índice registrou 51,8 pontos. É o maior acúmulo de estoques para o mês desde o início da série histórica.
Expectativas dos empresários da indústria estão melhores
O índice de expectativa de demanda marcou 53,5 pontos em novembro, registrando queda de 0,2 ponto ante outubro (53,7 pontos). Porém, o resultado sinalizou perspectiva de crescimento da demanda nos próximos seis meses pela 41ª vez seguida, ao ficar acima dos 50 pontos – fronteira entre recuo e expansão. Em relação a novembro de 2022 (51,4 pontos), o indicador subiu 2,1 pontos.
Já o indicador de intenção de investimento registrou 59,2 pontos em novembro, aumento de 2,2 pontos em relação ao mês anterior (57 pontos). Em relação a novembro de 2022 (57,7 pontos), o indicador registrou crescimento de 1,5 ponto.
Motivos
Daniela Muniz aponta alguns motivos para as expectativas terem aumentado em relação à 2022. Primeiramente, a própria atribulação de ano eleitoral. Além disso, a revisão para cima das previsões econômicas para 2023. “A gente teve uma revisão de previsões de aumento ao longo do ano e isso acaba impactando positivamente as expectativas dos empresários. Isso foi uma questão, mas sem dúvida nenhuma no ano passado a questão de ter sido um ano eleitoral influenciou”, comenta.
A economista pontua que a melhora dos indicadores econômicos, como a inflação, e a normalização das cadeias de valor, comprometidas desde a pandemia, impulsionam ainda mais as expectativas. Somado a isso, as ações do governo para diminuir o risco fiscal e estimular a economia também surtiram efeito.
“Teve redução da percepção do risco fiscal, depois da aprovação das novas regras fiscais, e incentivos ao setor produtivo, como aquele à cadeia automotiva. O Desenrola Brasil, programa do governo para ajudar principalmente pessoas de renda mais baixa, faz com que consigam recuperar poder aquisitivo, o que vai ser bom para a economia”, finaliza Muniz.
Por fim, Daniela Muniz disse a resiliência do trabalho, ainda com desemprego em patamar elevado, também tem feito com que empresários fiquem otimistas para os próximos meses.
Ouça a rádio de Minas