Economia

Produção da indústria de Minas Gerais registra alta de 2,5% em 2024

Para 2025, as projeções para a indústria mineira, conforme a Fiemg, indicam um ritmo mais moderado de crescimento
Produção da indústria de Minas Gerais registra alta de 2,5% em 2024
Foto: Adobe Stock

A produção da indústria de Minas Gerais registrou alta de 2,5% em 2024, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do Estado ficou abaixo do nacional, que teve expansão de 3,1%, com altas em 17 dos 18 locais pesquisados, destacando-se Santa Catarina (7,7%), Rio Grande do Norte (7,4%) e Ceará (6,9%).

O economista do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Bruno Inácio, destaca o bom desempenho da indústria de transformação mineira, com alta de 2,8% no ano passado, o que garantiu o resultado positivo no Estado. A indústria extrativa, por sua vez, teve um resultado mais tímido, com crescimento de 1,8% ao longo do exercício passado.

“Em 2024, o segmento de transformação puxou a indústria mineira. Aliás, foi o melhor desempenho em 14 anos, excluindo 2021, que marcou o início da recuperação pós-pandemia. Isso aconteceu em função da demanda interna aquecida, associada à alta da renda das famílias e ao crédito direcionado que esteve em expansão”, analisa.

Ele acrescenta que o desemprego foi menor, o que fez com que as famílias consumissem mais no ano passado. “Os setores mais impactados positivamente foram veículos, alimentos e bebidas e a cadeia de produtos de metal”, afirma o economista, que lembra ainda que o resultado de 2024 ficou abaixo do patamar de 2023, que apresentou elevação de 3,5%.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Por outro lado, conforme Bruno Inácio, os setores mais ligados à demanda internacional, como a indústria extrativa, a cadeia de máquinas e equipamentos e a metalurgia registraram resultado inferior, sobretudo, em comparação ao ano de 2023.

Setorialmente, conforme dados do Boletim Econômico do BDMG, foram registradas altas em nove dos 13 ramos pesquisados em 2024.

Os setores com crescimentos mais proeminentes foram:

  • materiais elétricos (13,8%)
  • produtos de metal (10,3%)
  • e veículos (7,9%)

Já máquinas e equipamentos (-7,4%), metalurgia (-2,2%) e borracha e material plástico (-1,3%) tiveram as quedas mais expressivas.

De acordo com o IBGE, São Paulo exerceu a principal influência no acumulado do ano, com expansão de 3,1%. E com um recuo de 1,6%, o Espírito Santo foi o único local que apresentou resultado negativo no índice de 2024. Isso ocorreu, principalmente, devido ao desempenho das atividades de indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo) e de celulose, papel e produtos de papel (celulose).

Resultados da indústria de Minas Gerais na comparação de dezembro com novembro 

Na análise de dezembro de 2024 frente novembro, Minas Gerais registrou queda de 0,1%, um pouco menos intensa que o recuo nacional (-0,3%), com sete dos 15 locais pesquisados mostrando resultados negativos no País. Trata-se do terceiro resultado negativo em sequência, conforme o IBGE, causando uma perda acumulada nacional de 1,2%. As quedas mais expressivas vieram do Pará (-8,8%) e do Ceará (-6,8%).

Na análise da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o resultado de Minas nesse tipo de comparação foi influenciado pelo desempenho da indústria de transformação, que recuou 0,4%, enquanto a indústria extrativa avançou 3%.

A entidade destaca que na comparação interanual, a produção industrial do Estado sofreu uma queda de 1,8% em dezembro, o que reflete a ambiguidade entre os resultados dos segmentos de transformação e extrativo. A indústria de transformação registrou um crescimento de 5,4% em dezembro de 2024, em relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto a indústria extrativa apresentou uma retração de 15,1%.

Dentre as 13 atividades pesquisadas que compõem a indústria de transformação, nove registraram elevação. As principais influências positivas foram de produtos químicos (21,4%) e metalurgia (10,3%). Por outro lado, as influências negativas foram das atividades de bebidas (-4,4%) e máquinas e equipamentos (-2,8%).

Para 2025, as projeções para a indústria mineira, conforme a Fiemg, indicam um ritmo mais moderado de crescimento, impactado pelo aperto monetário persistente e pela retomada da elevação dos juros, que dificulta o acesso ao crédito, bem como freia o consumo e desestimula investimentos, limitando a expansão do setor no Estado. 

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas