Produção da indústria de Minas Gerais avança pelo segundo mês consecutivo

Pelo segundo mês consecutivo, a produção industrial avançou em Minas Gerais. O índice que mede a evolução da produção da indústria no Estado marcou 51,4 pontos em abril, mais uma vez acima da fronteira entre recuo e expansão (50 pontos). O indicador, ainda assim, sofreu redução de 0,5 ponto na comparação com março (51,9 pontos) e avançou 7 pontos em relação ao mesmo mês do ano passado (44,4 pontos), sendo o maior índice para abril em cinco anos.
Os dados são da Sondagem Industrial, levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgado nesta segunda-feira (27). Conforme a pesquisa, o nível de emprego cresceu pela quarta vez seguida, chegando a 50,5 pontos em abril – acima da fronteira entre recuo e expansão. Porém, o indicador recuou 1,1 ponto em relação a março (51,6 pontos) e subiu 1,2 ponto frente a abril de 2023 (49,3 pontos).
O avanço segue o contexto de crescimento do consumo das famílias em função do aumento de renda disponível, avaliou a economista da Fiemg, Daniela Muniz. “Aumento real do salário mínimo que chega vinculado à aposentadoria e aos benefícios sociais, aliados com a venda dos precatórios, são fatores que fazem com que o capital retorne para a economia. Com a economia aquecida a produção industrial em Minas Gerais continua”, destacou a economista.
O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano no início deste mês. Essa foi a sétima vez consecutiva, de acordo com dados da Agência Brasil. “A redução gradual da taxa de juros também vem favorecendo o consumo das famílias e vem justificando a melhoria nos indicadores”, avaliou Daniela.
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Enquanto isso, a utilização da capacidade instalada seguiu abaixo da usual para o mês, sinalizando que a indústria operou com ociosidade. A capacidade instalada efetiva em relação à usual marcou 43,9 pontos em abril, permanecendo abaixo dos 50 pontos, indicando que as empresas operaram com capacidade produtiva inferior à habitual para o mês. O indicador avançou 1,3 ponto frente ao mês anterior (42,6 pontos) e 0,7 ponto em relação a abril de 2023 (43,2 pontos). O índice ficou 2 pontos acima da sua média histórica, que é de 41,9 pontos.
Além disso, após recuarem por dois meses seguidos, os estoques de produtos finais aumentaram em abril, conforme indicador de 53,1 pontos. Esse foi o maior índice registrado em 12 meses e os dados acima de 50 pontos indicam elevação dos estoques das indústrias. Adicionalmente, as empresas ficaram com estoques acima do nível planejado, de acordo com indicador de 52,4 pontos, sinalizando que a demanda por bens industriais foi inferior à esperada.
Desafios da produção industrial em Minas Gerais
De acordo com a economista, ainda existem alguns desafios no horizonte que podem refletir na produção industrial de Minas Gerais. “O aumento nas contas públicas fez o Banco Central (BC) reduzir o ritmo de redução na taxa de juros e ainda existe a questão da expansão da política fiscal visando mitigar a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, que ainda não sabemos quais serão os efeitos na economia nacional. As despesas do governo, que já são altas, vão aumentar ainda mais. Ainda temos o ambiente externo conflitado que acaba afetando a economia do País, uma vez que o dólar fica mais valorizado frente ao real e acrescenta um risco maior para a elevação da inflação”, pontuou.
Mesmo diante do cenário de incertezas, o índice de expectativa de demanda ficou em 56,4 pontos em maio. O resultado mostrou perspectiva de elevação da demanda nos próximos seis meses, pelo 47º mês consecutivo, ao ficar acima dos 50 pontos – limite entre recuo e expansão. Mas, ainda assim, o indicador apresentou leve queda de 0,3 ponto na comparação com abril (56,7 pontos) e avançou 3,5 pontos ante maio de 2023 (52,9 pontos).
O indicador de expectativa de compra de matérias-primas marcou 54,8 pontos em maio, mostrando perspectiva de aumento das compras nos próximos seis meses. O índice diminuiu 0,8 ponto em relação a abril (55,6 pontos) e cresceu 1,4 ponto frente a maio de 2023 (53,4 pontos).
O indicador de expectativa de número de empregados registrou 51,7 pontos em maio, sinalizando perspectiva de crescimento do emprego nos próximos seis meses. O índice recuou 1,2 ponto ante abril (52,9 pontos) e aumentou 1,6 ponto na comparação com maio de 2023 (50,1 pontos). Já o indicador de intenção de investimento marcou 59,4 pontos em maio. O índice avançou 0,4 ponto frente a abril (59 pontos) e 2,4 pontos na comparação com maio de 2023 (57 pontos).
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