Produção industrial em Minas Gerais recua 2,6% em novembro

Em um cenário de oscilações, a produção da indústria em Minas Gerais recuou 2,6% em novembro de 2024 na comparação com o mês anterior. Após avanços de 0,5% em outubro, a queda na produção coloca o Estado como a segunda maior influência negativa do indicador no País, conforme aponta a Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira (14).
No período, os segmentos “Produtos alimentícios” e “Metalurgia” exerceram as principais influências negativas para o desempenho industrial do Estado, com retrações de 5,3% e 0,6%, respectivamente. Já os setores de “Coque, produtos derivados de petróleo e biocombustível” e “Veículos automotores, reboques e carrocerias”, registraram as maiores elevações mensais de 25,5% e 24,6%, impedindo que a queda registrasse resultados ainda mais acentuados.
Apesar disso, no acumulado anual, a indústria em Minas Gerais permanece com indicadores positivos, apresentando avanços de 2,9% entre janeiro e novembro. O resultado, apesar de se posicionar abaixo da média nacional (3,2%), coloca o Estado como a terceiro melhor influência positiva dentre os 18 locais pesquisados.
Ao avaliar os resultados, a responsável pela pesquisa em Minas Gerais, Alessandra Coelho, destaca que a indústria mineira passa por momentos de oscilações, com seis resultados positivos e cinco negativos no último ano. “Apesar dessa oscilação, o resultado ainda segue positivo e insere o Estado como a terceira influência positiva no indicador geral, que considera a variação percentual e o peso do estado na infraestrutura industrial brasileira”, pontua.
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Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a variação foi nula. O resultado, segundo a especialista, é derivado do equilíbrio de influências positivas e negativas que se equilibraram, com destaque pelo lado negativo da indústria extrativa e de alimentos e pelo lado positivo do refino de biocombustíveis e veículos automotores.
O segmento automobilístico no Estado, por exemplo, encerrou 2024 com crescimento de 3,58% no número de emplacamentos, registrando resultados históricos, segundo balanço divulgado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Ao todo, 690,1 mil veículos foram comercializados em Minas Gerais no último ano – 23,8 mil a mais do que em 2023, acompanhando a tendência de crescimento nacional.
Aceleração da inflação afeta oferta e demanda
Segundo Alessandra Coelho, o desempenho negativo da produção industrial em nove locais pesquisados no Brasil são resultado da atual conjuntura econômica, marcada pela aceleração da inflação que afeta a oferta e demanda do setor. Além disso, a alta na taxa básica de juros (Selic), elevada de 11,25% para 12,25%, acabou contribuindo para a redução de investimentos por parte dos produtores.
Com relação ao último resultado do ano, a especialista não aponta projeções, mas destaca que o atual saldo positivo anual coloca Minas Gerais em vantagem para encerrar o ano com avanços na indústria. “Para terminarmos o ano de forma negativa, teríamos que ter outra queda acentuada em dezembro”, finaliza.
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