Economia

Produção da indústria sobe 3,8% em Minas Gerais

A atividade que mais impactou positivamente o indicador foi a indústria extrativa
Atualizado em 13 de setembro de 2024 • 21:54
Produção da indústria sobe 3,8% em Minas Gerais
Foto: Ricardo Teles

A produção da indústria de Minas Gerais aumentou 3,8% em julho na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi inferior a alta de 6,1% registrada no País no período.

O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), João Pio, explica as razões que impulsionaram para cima e para baixo o desempenho industrial mineiro (leia a análise completa ao final do texto).

Assim como no comparativo ano a ano, a produção industrial do Estado também registrou crescimento (2,1%) em julho em relação ao mês anterior. O resultado foi a segunda maior influência positiva sobre o indicador nacional. Enquanto isso, a produção industrial brasileira recuou 1,4% na mesma base de comparação.

Já no acumulado dos últimos 12 meses, a indústria nacional teve variação de 2,2% e Minas Gerais alcançou alta de 1,5% na produção industrial. Nos primeiros sete meses deste ano, o resultado estadual também foi um crescimento de 1,5% na produção, enquanto o País cresceu 3,2%.

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Dentre as 14 atividades analisadas no Estado, onze apresentaram crescimento na produção industrial em relação ao mesmo mês do ano anterior.

A atividade que mais impactou positivamente o indicador foi a indústria extrativa, que teve um acréscimo produtivo de 4,1% e puxou o desempenho da indústria de Minas Gerais para cima.

Também registraram fortes altas nas produções na comparação ano a ano:

  • produtos químicos (27,5%)
  • máquinas, aparelhos e materiais elétricos (19,2%)
  • produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (17,3%)
  • e bebidas (14,9%)

Outras seis atividades analisadas pelo IBGE registraram crescimento.

Em contrapartida, a metalurgia caiu 5,3% e não deixou a produção industrial do Estado subir mais, sendo a principal influência negativa do indicador mineiro. O mesmo ocorreu com máquinas e equipamentos, com queda de 10%, e a produção de celulose, papel e produtos de papel, com baixa de 5,9%.

Com relação às outras localidades pesquisadas, o Paraná teve o maior incremento produtivo na comparação ano a ano, de 14,1%. No total, 14 das 18 regiões avaliadas pelo IBGE apresentaram crescimento na produção industrial. A retração mais significativa foi observada no Mato Grosso, com -2,2%.

Manutenção aumentou produtividade da indústria extrativa

João Pio explica que a manutenção das plantas das principais mineradoras do Estado, realizada no ano passado, permitiu um ganho de produtividade e conseguinte alta do volume produzido, o que impulsionou o desempenho da produção mineira em 2024.

A indústria extrativa mineira cresceu 2,1% de junho para julho e 5% no acumulado do ano, enquanto o País registrou queda de 2,4% e alta de 1,8%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação. “Essa boa performance da indústria extrativa em Minas Gerais é explicada pela sua melhoria na manutenção das plantas produtivas e aumento de produtividade”, disse.

Já em relação à produção da indústria de transformação do Estado, abaixo da média nacional, é explicada em parte, pela base de comparação anterior. A produção do setor em Minas registrou leve alta de 0,1% no acumulado do ano, enquanto no Brasil o aumento foi de 3,4%.

Na comparação anual, o crescimento mineiro (3,7%) foi menor que o nacional (7,3%). “Até dezembro, a indústria nacional vinha patinando, enquanto a indústria mineira recuperou o patamar pré-pandemia e se manteve num patamar superior ao cenário pré-pandemia”, pontua Pio. “A base de comparação acaba favorecendo o Brasil em relação a Minas”, completa.

No entanto, o economista-chefe da Fiemg aponta que, dentro da indústria de transformação, o desempenho da principal influência negativa na produção industrial de Minas, a metalurgia, também foi impactado ao longo do ano pela da importação de aço da China.

Além disso, o setor de máquinas e equipamentos do Estado, outra influência negativa no índice, com quedas de 10% em julho na comparação ano a ano e 15,1% no acumulado de 2024, sofreu com o menor desempenho da agropecuária. “a agropecuária tem apresentado desempenho mais fraco esse ano e esse é um setor (máquinas e equipamentos) que fornece muitas máquinas para a agropecuária”, finaliza.

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