Produção industrial cai 0,5% em abril em Minas Gerais e no Brasil

A produção da indústria mineira caiu 0,5% no mês de abril. O índice acompanhou o desempenho nacional, que apurou retração da mesma ordem na série livre de influências sazonais. Dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), na Pesquisa Industrial Mensal, cinco apontaram taxas negativas. Além de Minas Gerais, Pará (-11,2%), Bahia (-5,4%), Goiás (-9,9%) e Região Nordeste (-0,1%) registraram queda sobre março.
A analista de pesquisa do IBGE em Minas Gerais, Alessandra Coelho de Oliveira, pontua que, apesar de ser o segundo mês consecutivo de desempenho negativo da indústria mineira, no acumulado do ano, o setor ainda segue com resultado positivo.
“Março também teve recuo. Então, Minas acumula, nesses dois meses, perda de 3,3%”, diz a analista. Porém, de acordo com os números do IBGE, a indústria mineira cresceu 2,6% de janeiro a abril frente ao mesmo período do ano passado. O índice é 0,9 pontos percentuais abaixo do desempenho nacional, que foi de 3,5%.
No segmento de transformação, a especialista destaca três atividades que influenciaram negativamente no resultado do mês de abril: máquinas e equipamentos (-10,1%); metalurgia (-5,2%) e produtos químicos (-4,2%). Das 13 atividades pesquisadas, oito apresentaram crescimento. Destaque positivo para produtos de metal (18,9%) e materiais elétricos (16,2%).
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Já de acordo com o economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, os desempenhos aquém do esperado por parte das indústrias extrativa e de transformação foram responsáveis por puxar o resultado da indústria mineira para baixo. “Na indústria extrativa temos o reflexo da menor demanda externa por minério de ferro, em decorrência do menor volume de produção siderúrgica na China. Já o desempenho mais fraco do segmento de transformação repercute a debilidade da produção siderúrgica nacional e uma retração no setor de refino de petróleo e biocombustíveis”, analisa.
Quando comparados os dados de abril deste ano com igual época do ano passado, a indústria mineira performou bem ao crescer 3,7%, porém, menos que a média nacional que foi de 8,4%.
Destaque positivo, neste caso, para produtos de metal (27,4%) e materiais elétricos (21%), enquanto metalurgia (-16,2%) e petróleo e biocombustíveis (-4,7%) recuaram. “Há que considerar o efeito do próprio calendário. O mês de abril de 2024 teve 22 dias úteis, quatro dias úteis a mais do que em 2023, quando foram 18”, frisa Alessandra de Oliveira. A especialista ainda pondera que a indústria extrativa (6,3%) e a fabricação de produtos alimentícios (13,6%) foram os setores que mais influenciaram positivamente nesse período.
Já no acumulado dos últimos 12 meses, a indústria mineira teve um incremento de 2,3%, resultado superior à média nacional, de 1,5%, refletindo os avanços nas atividades extrativa (5,1%) e de transformação (1,2%).
Perspectivas são de avanço na produção industrial mineira
Para os próximos meses, o economista do BDMG alega que espera um crescimento moderado da atividade industrial do Estado. Ele explica que, por um lado, a vigência das cotas de importação, a partir de 1º de junho, deve impactar positivamente a produção siderúrgica em Minas, estimulando também os segmentos de máquinas e equipamentos e de metalurgia. “Por outro lado, o desempenho mais brando da atividade extrativa deve contrabalançar o crescimento da produção industrial no Estado”.
Além disso, ele lembra da estabilidade do índice de confiança do empresário industrial, que se manteve acima dos 50 em maio, indicando otimismo dos industriais mineiros para os próximos seis meses.
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