Economia

Produção industrial avança em MG

Produção industrial avança em MG
O segmento de produtos alimentícios registrou crescimento de 16,1% - CREDITO:ALISSON J. SILVA

A produção industrial de Minas Gerais cresceu 2,4% em setembro, frente ao mês imediatamente anterior. Apesar do resultado positivo, o desempenho da indústria ainda acumula queda de 1,8% frente a setembro de 2018 e de 4,6% no acumulado dos primeiros nove meses do ano, se confrontado com igual período do ano passado.

Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal Regional, divulgada na última sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a analista do IBGE, Cláudia Pinelli, o avanço da indústria mineira, 2,4% em setembro, foi importante e superou o índice registrado no País, que foi de apenas 0,3%.

“Embora a indústria tenha registrado retração nos demais períodos de comparação, conseguimos observar, em setembro, sinais positivos de avanço na indústria mineira”, explicou Cláudia Pinelli.

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Conforme os dados do IBGE, em setembro, na comparação com igual mês do ano anterior, foi verificada queda de 1,8% na indústria de Minas Gerais. O resultado negativo teve como influência o recuo na indústria extrativa, que caiu 13,4%, seguida pela metalurgia, com retração de 11,7%, fabricação de outros produtos químicos, 9,3%, fabricação de minerais não-metálicos, 3,4%, e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, com queda de 9,7%.

No período, alguns setores industriais tiveram resultados positivos, como a fabricação de produtos alimentícios, com alta de 16,1%, fabricação de bebidas, 11,9%, fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, 14,7%, fabricação de máquinas e equipamentos, 10,5% fabricação de produtos do fumo, 10,5%.

No acumulado do ano até setembro, também houve recuo nos resultados da indústria estadual, ao comparar com igual intervalo de 2018, a indústria mineira retraiu 4,6%. Já no País foi verificada alta de 1,1%.

O resultado negativo se deve, principalmente, à queda observada na indústria extrativa (minérios de ferro em brutos ou beneficiados), que caiu 24,6%, impactada pela paralisação parcial da mineração no Estado desde o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ocorrida em janeiro. Houve queda de 18,2% na fabricação de outros produtos químicos e de 1% em produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos.

Curingas – Os destaques positivos foram fabricação de máquinas e equipamentos, com elevação de 8,4%, seguido pela indústria de bebidas, 7,4%, celulose, papel e produtos de papel, 5,5%, e fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, com variação positiva de 4,6%.

A analista do IBGE destaca que, apesar do resultado negativo nos últimos 12 meses, período em que a indústria recuou 3,6%, a queda esta menor que a observada nos resultados de agosto, quando no intervalo, a queda estava em 3,8%.

“A redução observada no resultado negativo já é um bom sinal. É um indicativo de que uma recuperação pode estar por vir. Ainda é preciso ter cautela, isso, porque setembro teve dois dias a mais. Precisamos avaliar se são sinais de recuperação ou influencia dos dois dias a mais. Com os resultados de outubro teremos mais certeza”, explicou Cláudia Pinelli.

Nos últimos 12 meses, a indústria extrativa recuou 18,63% no Estado. Também foi verificada queda na fabricação de produtos químicos (13,9%), produtos do fumo (1,4%), e têxteis (0,4%).

Dentre os setores que apresentaram expansão, destaque para a fabricação de máquinas e equipamentos (12,3%), celulose, papel e produtos de papel (5,2%) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (3,4%).

Setor cresce em 10 cidades, SP apura queda

Rio – A indústria registrou taxas positivas em 10 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em setembro, mas São Paulo, estado de maior concentração industrial, registrou resultado negativo.

Segundo informou o IBGE na sexta-feira (8), a queda de 1,4% na indústria paulista foi consequência da pressão da produção de veículos automotores e de alimentos, que tiveram registros negativos no período.

O analista da pesquisa Bernardo Almeida explicou que o setor de veículos tem comportamento volátil e creditou a queda à crise da Argentina – um de nossos principais importadores -, além da cautela nas decisões de consumo das famílias paulistas. Já o recuo nos alimentos em São Paulo foi influenciado pelo açúcar.

“A produção de açúcar está se encaminhando para a entressafra, e parte da produção ter sido destinada para a fabricação de etanol”, disse o analista do IBGE.

Em agosto, São Paulo havia registrado crescimento de 2,6%, influenciado justamente pelo aumento na produção de açúcar, que estava no meio da safra de cana-de-açúcar de 2018 e 2019. Antes, a indústria paulista teve três meses de taxas negativas.

São Paulo não foi o único estado com queda em setembro. O Pará, que havia registrado crescimento de 8,2% em agosto, agora mostrou resultado negativo de 8,3%. Completam a lista Amazonas (-1,6%), Rio de Janeiro (-0,6%) e Goiás (-0,1%).

Por outro lado, Minas Gerais e Rio Grande do Sul foram os principais locais que impulsionaram o crescimento da indústria nacional de 0,3% em setembro.

Minas teve expansão de 2,4%, a mais intensa desde janeiro, no que foi o maior peso no indicador industrial brasileiro de setembro, segundo o analista Bernardo Almeida. “Isso é devido à influência positiva da indústria extrativa, especialmente minério, que representa 18% da indústria do estado”, disse ele.

Já o estado gaúcho registrou 2,9%, por influência da fabricação de móveis, em sua primeira taxa positiva após dois meses negativos. Foi a segunda maior influência da taxa nacional, segundo o IBGE.

Outros locais que mostraram altas foram Bahia (4,3%), região Nordeste (3,3%), Espírito Santo (2,5%), Minas Gerais (2,4%), Pernambuco (2,3%), Santa Catarina (2,1%), Mato Grosso (2%), Paraná (1,3%) e Ceará (0,2%).

Já na comparação com setembro de 2018, o setor industrial nacional cresceu 1,1%, com registros positivos em seis dos 15 locais pesquisados pelo IBGE.

A maior expansão foi no Amazonas (16,7%), devido principalmente ao aumento nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, bebidas, equipamentos de informática, televisores, motocicletas e aparelhos de ar condicionado.
No mesmo período, São Paulo cresceu 3,6%. Paraná (7,4%), Rio de Janeiro (7,0%), Santa Catarina (5,2%) e Goiás (1,6%) completam a lista de registros positivos quando comparados ao mesmo mês do ano passado.

Espírito Santo (-14,1%) e Pernambuco (-7,6%) demonstraram os maiores recuos na comparação com setembro de 2019. (Folhapress)

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