Economia

Produção industrial cai em novembro e fecha trimestre ruim

Produção industrial cai em novembro e fecha trimestre ruim
Horas trabalhadas no setor industrial tiveram queda de 0,2% | Crédito: Divulgação/Cenibra

A indústria do Brasil registrou em novembro o recuo da produção, seguindo o último trimestre do ano sem muito vigor diante do aumento da taxa de juros e fatores como a conversão e a inadimplência elevada. A produção caiu 0,1% em novembro na comparação com o mês anterior, depois de avanço de 0,3% em outubro, de acordo com os dados divulgados ontem (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esses resultados deixam o setor 2,2% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 18,5% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a indústria apresentou avanço de 0,9%. Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters de baixa de 0,1% na comparação mensal e de avanço de 0,8% na base anual.

A indústria mostrou fraqueza no final de 2022 e acumula no ano até novembro contração de 0,6%, uma vez que, assim como o restante da economia, passou a sentir com mais intensidade o aumento da taxa de juros e a desaceleração da economia global, cenário que deve permanecer em 2023. “O setor industrial vem apresentando maior dificuldade para se recuperar quando comparado com os setores de comércio e serviços, agravada pela política monetária contracionista. Esse deve ser o quadro que deve se repetir em 2023, com situação preocupante internamente em termos de juros altos, mas também a perspectiva de crescimento global mais fraca”, avalia o economista Matheus Pizzani, da CM Capital.

Taxas negativas

Dos cinco resultados negativos apresentados no ano passado até novembro, quatro foram registrados a partir de junho, sob o peso ainda de consideração alta, inadimplência, trabalhador fora do mercado e uma massa de rendimentos que avançou muito pouco, de acordo com o IBGE. “Isso mostra o setor girando em torno de um mesmo patamar, mas com um viés negativo”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo, lembrando que, no início de 2022, medidas do governo de incremento de renda e para manter o setor ajudaram a indústria a ganhar ritmo.

Em novembro, as maiores influências negativas para o resultado do mês foram exercidas pelas dinâmicas extrativas (-1,5%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,5%) – nesse caso relacionados à produção de eletrodomésticos da linha marrom, especialmente televisores.

Entre as categorias de restrição, a única taxa negativa ocorreu em bens de consumo duráveis (-0,4%), no terceiro mês consecutivo de queda.

Por outro lado, os produtores de bens de capital (0,8%), de bens de consumo semi e não duráveis (0,6%) e de bens intermediários (0,4%) registraram expansões em novembro.

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