Produção industrial cai pelo segundo mês consecutivo em Minas

A produção industrial de Minas Gerais retraiu 0,9% em julho frente a junho, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na quarta-feira (13). Esse foi o segundo mês consecutivo de retração, indicando uma perda acumulada de 2,4% no período.
De acordo com o levantamento, a redução mensal no Estado foi superior à do Brasil, de 0,6%. O resultado mineiro foi a quinta influência negativa sobre o índice nacional. A perda de ritmo na atividade da indústria também foi observada em outras treze das quinze localidades pesquisadas, sendo a exceção, o Ceará, que registrou, no sétimo mês de 2023, um crescimento de 1,2%.
Segundo a analista de pesquisas por empresas do IBGE em Minas Gerais, Alessandra Coelho de Oliveira, o recuo mineiro foi influenciado, principalmente, pelas atividades de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, e de fabricação de produtos de borracha e de material plástico. Os dois grupos compõem o segmento da indústria de transformação.
Na avaliação dela, vários fatores podem ser apontados como motivadores para o desempenho negativo da produção industrial do Estado. Entre eles, estão: o alto custo de insumos e a ausência de matéria-prima para o processo produtivo de alguns setores. O volume de desocupação e a ainda elevada taxa básica de juros (Selic) também continuam impactando os resultados do setor.
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A analista ressalta, entretanto, que não é possível falar em uma tendência de queda nos próximos meses, pois o estudo reporta somente dados concretizados, sem indicativos para projeções.
Resultados positivos na comparação interanual e no acumulado do ano
Embora tenha assinalado uma retração no comparativo mensal, a produção industrial mineira cresceu quando se observam outros períodos. No confronto entre julho deste ano e igual intervalo de 2022, a atividade subiu 0,8%, enquanto no acumulado dos oito primeiros meses de 2023, em relação à mesma época do exercício passado, a alta foi de 5%. Nesses dois casos, o desempenho do Estado foi melhor do que o nacional, que registrou quedas de 0,4% e 1,1%, respectivamente.
“Temos uma estrutura produtiva regional que se diferencia em relação à nacional. Temos setores que têm se destacado em Minas Gerais. Na comparação entre julho e julho, por exemplo, as maiores influências positivas foram as atividades de refino e biocombustíveis e de produtos de metal. Então, são atividades que, na estrutura do Estado, dada a variação que tiveram e a contribuição que elas têm nessa composição, auxiliaram no resultado positivo”, explicou.
“O resultado acumulado também se deve à estrutura produtiva do Estado, com uma grande força da indústria extrativa, a atividade que mais influenciou o desempenho positivo na sequência do refino e biocombustíveis. Essas duas atividades têm uma participação significativa na composição industrial e, dado o peso disso, essa influência fica ainda mais evidente”, completou.
Produtos que mais influenciaram o desempenho das atividades
Citadas pela analista do IBGE como as principais influências para o desempenho no comparativo interanual, a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis subiu 6% no período, e a fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, teve um aumento de 19,5%. Segundo ela, o item que se destacou no primeiro grupo foi o álcool etílico. Já no segundo segmento, as estruturas de ferro e aço em chapas ou outras formas foram destaque.
Com relação ao confronto entre acumulados do ano, a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis aumentou 11,3%, sendo que o item de destaque foi o óleo diesel. Já a produção industrial extrativa cresceu 9,9%, e o minério de ferro em bruto se destacou.
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