Economia

Produção industrial cresce 5,6% em Minas Gerais e supera a alta nacional

De janeiro a setembro, Minas Gerais também registrou crescimento de 2,9% na produção industrial; só houve queda na comparação com agosto
Produção industrial cresce 5,6% em Minas Gerais e supera a alta nacional
Foto: Sérgio Lima/CNI

A produção industrial em Minas Gerais cresceu 5,6% no mês de setembro em comparação ao mesmo mês do ano passado, conforme a Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (7). A alta foi superior ao crescimento de 3,4% registrado no País no mesmo período.

De acordo com economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, o resultado do Estado foi puxado pelos avanços em:

  • celulose e papel (40,3%),
  • materiais elétricos (22,2%)
  • e produtos de metal (12,3%)

Já os segmentos de máquinas e equipamentos (-8,7%) e borracha e material plástico (-5,9%) recuaram.

De janeiro a setembro, Minas Gerais também registrou crescimento de 2,9% na produção industrial, assim como no acumulado dos últimos 12 meses, com alta de 2,7%.

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Apenas se comparado ao mês imediatamente anterior (agosto), o Estado registrou queda na produção industrial de 1,2%, ficando atrás do País, que teve uma média de crescimento de 1,1% frente a agosto.

Essa queda quebra uma sequência de crescimento de três meses que vinha sendo registrada desde junho e reflete, na opinião de Izak Silva, “a volatilidade mensal da indústria nacional”.

Resultados nacionais

Dos 15 locais pesquisados pelo IBGE no País, sete mostraram taxas positivas no nono mês do ano, acompanhando a evolução da produção industrial nacional na série com ajuste sazonal.

Espírito Santo (2,4%), Goiás (2,4%), Santa Catarina (2,3%) e Rio Grande do Sul (1,9%) assinalaram os avanços mais acentuados, após recuarem no mês anterior em -0,9%, -0,4%, -1,3% e -2,8%, respectivamente.

São Paulo (0,9%), Paraná (0,9%) e Mato Grosso (0,7%) completaram o conjunto de locais com índices positivos em setembro de 2024.

Quando analisada a evolução do índice no terceiro trimestre, que engloba o período de agosto a setembro de 2024, o setor industrial nacional, ao assinalar expansão de 3,9% ante a igual período do ano anterior, permaneceu com o comportamento positivo e intensificou o ritmo de crescimento.

Das 18 regiões pesquisadas, 14 apresentaram crescimento com relação ao terceiro trimestre de 2023. São elas:

  • Ceará (11,6%),
  • Pará (8,7%),
  • Mato Grosso do Sul (8,2%),
  • Paraná (7,7%),
  • Santa Catarina (7%),
  • Pernambuco (6%),
  • Minas Gerais (5,9%),
  • Região Nordeste (5,3%),
  • Bahia (5%),
  • São Paulo (3,1%),
  • Amazonas (2,5%),
  • Maranhão (1,9%),
  • Rio Grande do Sul (1,7%)
  • e Mato Grosso do Sul (1%).

Por outro lado, quatro regiões apresentaram queda com relação ao mesmo período do ano passado: Rio Grande do Norte (-12,7%), Rio de Janeiro (-2%), Espírito Santo (-1,9%) e Goiás (-1,2%).

Indústria extrativa puxa produção industrial de Minas Gerais

O economista-chefe do BDMG, Izak Carlos Silva, esclarece que os avanços na atividade extrativa (6,3%) e na indústria da transformação (1,6%) compuseram o crescimento do acumulado no ano do Estado.

Ele explica que no ano de 2024 a indústria de transformação veio com uma trajetória de recuperação após um primeiro semestre aquém do esperado, enquanto a indústria extrativa continua puxando o setor industrial em Minas Gerais.

“No ano, a metalurgia, que tem o maior peso no segmento de transformação, vem acumulando redução de lucro e sendo impactada pela entrada de aços longos e planos importados da China”, explicou.

A economista da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Juliana Gagliardi, também pontua o avanço na indústria extrativa e atribuiu ao minério de ferro o bom desempenho. “Ele tem ampliado sua produção física durante todo o ano”.

Já na indústria de transformação, ela destaca dois setores. “O setor de alimentos cresceu 2,9% puxado, principalmente, pelos produtos de açúcar e também pelas carnes, tanto bovinas, quanto suínas. Além disso, o setor de produtos de metais teve um crescimento acumulado de 12%”, conclui.

Crescimento deve ser moderado no último trimestre

Para o último trimestre de 2024, o economista do BDMG, Izak Silva, espera um crescimento moderado da indústria no Estado.

“O segundo semestre é regularmente melhor para as atividades que compõem a indústria de transformação, o que pode ser visto com o desempenho de alguns bens de consumo duráveis e não duráveis, como automóveis, eletrodomésticos e móveis, além de alimentos e bebidas”, avaliou.

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