Produção industrial cresce em MG pela 7ª vez seguida

A produção industrial em Minas Gerais apresentou um crescimento de 0,6% em novembro na comparação com outubro, na série com ajuste sazonal. O avanço é o sétimo consecutivo. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Minas Gerais foi um dos dez estados pesquisados pela entidade que apresentaram incremento dos números do setor em novembro, enquanto os outros cinco registraram retração. Apesar disso, a alta verificada no Estado foi inferior à média nacional, que foi de 1,2%.
Também houve avanço quando se compara o número verificado em novembro do ano passado com igual período de 2019. Nesse caso, o crescimento foi de 5,2%, mais elevado, inclusive, do que o da média nacional (2,8%).
No acumulado de janeiro a novembro de 2020, porém, os resultados ainda são negativos. Os dados do IBGE mostram que a retração em Minas Gerais foi de 4,8%. Apesar do recuo, ele foi menor do que o verificado na média nacional (5,5%). Nessa base de comparação, Minas Gerais acompanhou mais 11 estados do País, que também apresentaram recuo entre os 15 pesquisados.
Já no acumulado dos últimos doze meses, o Estado apresentou retração de 5,6%, perda menos intensa do que a verificada em outubro (-5,8%).
Em relação às atividades que tiveram incremento em novembro de 2020 na comparação com o mesmo mês de 2019, os dados da entidade mostram que 12 das 13 pesquisadas pela entidade apresentaram avanços.
Os maiores destaques ficaram por conta dos setores de fabricação de máquinas e equipamentos (26,6%), fabricação de produtos têxteis (19,1%), fabricação de celulose, papel e produtos de papel (16,9%) e fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (16,3%). O único setor que apresentou retração nessa base de comparação foi o de metalurgia (-0,9%).
Cautela – O gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) regional do IBGE, Bernardo Almeida, destaca que a produção industrial ainda está em um nível de cautela. “Até porque vale lembrar que antes da pandemia da Covid-19 a indústria já seguia com bastante cautela”, ressalta ele.
Essa cautela, mesmo antes da crise sanitária, segundo Almeida, estava relacionada a incertezas econômicas, que impactam a tomada de decisões.
As incertezas, aliás, também estão presentes neste momento, em meio ao aumento de casos da Covid-19 e à restrição de atividades, como em Belo Horizonte, que atualmente só permite que atividades essenciais ofereçam serviços presenciais. “É preciso aguardar para ver como tudo vai se desenvolver”, destaca Almeida.
Média nacional tem incremento de 1,2%
Rio de Janeiro – A produção industrial cresceu em dez dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM-Regional), em novembro. A média nacional ficou em 1,2% de crescimento e oito dessas altas superaram esse percentual: Bahia (4,9%), Rio Grande do Sul (3,8%) Amazonas (3,4%), região Nordeste (2,9%), Santa Catarina (2,8%), Ceará (1,7%), Rio de Janeiro (1,6%) e São Paulo (1,5%). Os outros locais com índices positivos foram o Paraná (1,2%) e Minas Gerais (0,6%). As quedas mais acentuadas foram no Pará (-5,3%) e em Mato Grosso (-4,3%), além de Pernambuco (-1,0%), Espírito Santo (-0,9%) e Goiás (-0,9%). Os dados foram divulgados hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O Pará teve três meses de resultados negativos e por isso saiu do grupo que tinha ultrapassado o patamar antes da pandemia”, completou o gerente da pesquisa Bernardo Almeida.
De acordo com a pesquisa, o local que exerceu a maior influência no resultado da indústria nacional, que foi São Paulo, teve alta de 1,5% em novembro, depois da retração de 0,5% em outubro e cinco meses de crescimento entre maio e setembro, quando acumulou alta de 47%. Almeida informou que as influências positivas na indústria paulista foram do setor de veículos e do setor de máquinas e equipamentos.
Para o gerente, a queda de 0,5% na indústria paulista em outubro mostra que já passou o período de compensação das perdas resultantes de paralisações devido à pandemia. “Todo aquele pique de produção para a recuperação já passou. Agora, o ritmo que temos é o que já estava antes da pandemia, mais cautelosa e gradual. Demonstra toda a parcimônia e moderação da indústria em relação à conjuntura em que ela está introduzida, com desemprego, diminuição do número de contratações e falta de abastecimento de insumos que a pandemia está causando pelas medidas sanitárias dentro das plantas produtivas”, observou.
De acordo com Almeida, essas incertezas dificultam também a tomada de investimentos e indiretamente influenciam as decisões de consumo das famílias. “Tudo isso, gera essa conjuntura e incertezas que fazem o ritmo de produção ir se graduando. Esse menos 0,5% não é muito surpresa, até porque, com os resultados que a gente vem observando, não se pode dizer que esse crescimento que se deu em meses anteriores era uma retomada. É uma compensação do que foi perdido. Agora sim é que começamos a visualizar o real movimento da indústria com efeitos menores das paralisações que tiveram no início do ano”, concluiu.
A segunda influência positiva ocorreu na produção industrial gaúcha, que também alcançou o segundo maior resultado. Foi a sétima alta consecutiva, o que gerou um acumulado de 67% entre maio e novembro. O gerente comentou que o desempenho do Rio Grande do Sul foi obtido com boa participação do setor de couro, artigos de viagens e calçados. Com a alta em novembro influenciada pelo setor de bebidas, o Amazonas eliminou a queda de 0,7% registrada em outubro.
Também com o resultado de novembro, a Bahia voltou a crescer após ter registrado queda em outubro (-0,1%), o que resultou na terceira influência positiva no resultado geral e a maior taxa no absoluto. “Esse aumento em novembro na Bahia foi impulsionado pelo resultado do setor de celulose e do setor de bebidas”, disse.
Entre os locais pesquisados, a região Nordeste (2,9%), Santa Catarina (2,8%), Ceará (1,7%), Rio de Janeiro (1,6%) mostraram avanços mais intensos do que a média nacional (1,2%). Embora não tenham superado a média nacional, Paraná (1,2%) e Minas Gerais (0,6%) também apresentaram altas.
Influência negativa – O Pará registrou a maior queda em termos absolutos (-5,3%) e a principal influência negativa em novembro. “É a terceira taxa negativa consecutiva da indústria paraense, com perda acumulada de 10,4%”, informou. Segundo Almeida, o resultado foi impactado pelo setor extrativo, que concentra cerca de 88% de toda produção industrial do estado, e pelo setor de alimentos.
Mato Grosso (-4,3%) foi o outro estado entre os maiores resultados negativos de novembro. O estado voltou a recuar após crescer 0,8% em outubro. O principal componente da queda foram os resultados negativos dos setores de alimentos, muito influente na indústria local, e de derivados do petróleo e biocombustíveis. Pernambuco (-1,0%), Espírito Santo (-0,9%) e Goiás (-0,9%) também apresentaram quedas em novembro.
Amazonas (14,9%), Santa Catarina (9,5%), Ceará (7,5%), Minas Gerais (6,2%), São Paulo (6%), Paraná (5,9%), Rio Grande do Sul (5,2%) e Pernambuco (1,8%), superaram o patamar de fevereiro, ou seja, de pré pandemia.Na comparação com novembro do ano anterior, a produção industrial cresceu 2,8%. Nesse período dez dos 15 locais pesquisados apresentaram avanços. As maiores altas foram no Paraná (14,0%), Santa Catarina (11,1%) e Pernambuco (10,0%). Rio Grande do Sul (8,7%), Amazonas (7,8%), Ceará (6,0%), Minas Gerais (5,2%), São Paulo (4,7%) e região Nordeste (3,0%) também apresentaram taxas maiores que a média nacional. A Bahia (1,0%) completa a lista dos locais com alta. (ABr)
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