Produção industrial de Minas Gerais recua 0,2% em agosto puxada pelo setor extrativista

A produção industrial em Minas Gerais caiu 0,2% em agosto em relação a julho e registrou a segunda queda consecutiva na comparação com o mês anterior. O Estado foi uma das seis unidades da federação que registraram retração no período. Amazonas (-7,4%), Pernambuco (-3,5%), Rio de Janeiro (-1,9%), Santa Catarina (-1,8%) e Ceará (-1,5%) também apresentaram resultados negativos. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a retração da produção foi ainda maior na indústria mineira. Em agosto deste ano, o setor produziu 4,8% a menos do que no mesmo período de 2024. Conforme a analista IBGE Alessandra Coelho, essa foi a segunda influência negativa no indicador geral que apresentou queda de 0,7% em relação a agosto do ano passado no Brasil. Vale ressaltar que agosto de 2025 teve 21 dias úteis, um a menos que em 2024.
Das 14 atividades da indústria mineira analisadas, onze apresentaram retração na comparação anual. Destaque para a indústria extrativa, que por aqui tem como maior influência a produção de minério de ferro. A indústria de extração caiu 9,3% em agosto se comparado com o mesmo mês do ano passado, assinalando a atividade com maior influência negativa neste indicador.
Também apresentaram retração as atividades de:
- máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-24,2%);
- produtos do fumo (-16,3%),
- máquinas e equipamentos (-10,7%),
- produtos de minerais não-metálicos (-8,9%),
- bebidas (-6,9%),
- produtos químicos (-6,7%),
- produtos de metal (-4,3%),
- produtos de petróleo e biocombustíveis (-3,9%),
- produtos de borracha e de plástico (-3,4%)
- e veículos automotores (-1,2%).
Em contrapartida, registraram crescimento as indústrias de papel e celulose (22,1%), alimentos (0,6%) e metalurgia (0,4%).
Apesar das quedas se mostrarem mais significativas, no acumulado do ano, a produção industrial ainda registra alta, com acréscimo de 0,4%. No entanto, abaixo do crescimento nacional no ano que está acumulado em 0,9%. “Estamos com crescimento, mas muito próximo à estabilidade”, comentou Alessandra Coelho do IBGE.
O que tem favorecido para Minas Gerais não estar com índice mais baixos, na avaliação do analista de estudos econômicos da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Italo Spinelli, são os desempenhos da indústria de veículos automotores que acumulam alta de 14,4% e da metalurgia (+1,5%). “São setores importantes, com peso considerável para a indústria mineira, que têm contribuído para o contrabalanceamento dos resultados”, comentou.
Indústria mineira perde dinamismo
Na comparação entre os resultados do primeiro e do segundo quadrimestres deste ano com os de 2024, os números indicam uma leve perda de dinamismo da indústria mineira. Enquanto no primeiro quadrimestre o setor cresceu 0,6%, no segundo a alta foi de 0,2%, frente aos crescimentos de 2,9% e 2,5% registrados no ano passado, respectivamente.
No acumulado de 12 meses, Minas Gerais manteve taxa positiva de 1,1%, mas com arrefecimento no ritmo de expansão. Em julho, o índice era de 2,3%.
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