Produção industrial mineira volta a crescer

Em janeiro, a produção industrial de Minas Gerais voltou a crescer e apresentou expansão de 0,6% se comparada com o desempenho registrado em dezembro, mês em que foi verificado recuo de 4,5%. O resultado do Estado ficou acima da média nacional, que encerrou o primeiro mês do ano com queda de 0,3% na mesma base de comparação.
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o resultado do primeiro mês do ano, no acumulado dos últimos 12 meses, a produção industrial mineira está com uma variação positiva de 0,1%. Se comparado com janeiro de 2022, a evolução da produção foi ainda maior, chegando a uma alta de 9,8%.
“Em janeiro, em relação a dezembro, tivemos um resultado ainda estável, considerando que a gente teve uma queda de 4,5% em dezembro se comparado com novembro. Vamos precisar acompanhar o desempenho para avaliar melhor”, disse a analista do setor de Pesquisa Econômicas do IBGE em Minas Gerais, Alessandra Coelho de Oliveira.
Ainda segundo Alessandra, em Minas, o resultado que mais se destacou foi o comparativo com janeiro de 2022 com o atual. No intervalo, a produção industrial cresceu expressivos 9,8%. Mantendo a base de comparação, o Brasil obteve crescimento de apenas 0,3%.
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Estado se destacou
Com o resultado, Minas Gerais foi a maior influência positiva para o indicador geral do País. O crescimento na produção do Estado frente a janeiro do ano passado foi influenciado, especialmente, pelos setores extrativo – com alta de 19,3% – e de produtos derivados do petróleo, com variação positiva de 18,7%.
“Se a gente avaliar o histórico, em janeiro de 2022, tivemos uma queda muito grande da produção industrial, resultado das chuvas abundantes. As chuvas causaram muitos estragos e afetaram o setor extrativo. Por isso, esse aumento intenso tem essa ressalva”.
Setores
Nos setores que contribuíram para a alta, os principais produtos que influenciaram foram o minério de ferro e, dentro dos derivados de petróleo, o óleo diesel, a gasolina, o asfalto de petróleo e os combustíveis. Os combustíveis, em igual período do ano passado, estavam com preços maiores que os de janeiro de 2023 e ainda existiam medidas restritivas para o controle da Covid-19, fatores que influenciam na demanda.
Além das variações positivas nas indústrias extrativas e de produtos derivados do petróleo, setores que têm maior peso na composição do índice, também se destacaram de forma positiva os produtos de borracha e de material plástico, com crescimento de 41,2% e celulose, papel e produtos do papel (19,2%).
No sentido oposto, destacou-se o setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com queda de 13,4% na comparação com janeiro de 2022.
Acumulado de 12 meses
No acumulado dos últimos 12 meses, a indústria de Minas Gerais registrou pequena variação positiva de 0,1%, enquanto a nacional teve retração de 0,2%.
“A gente ainda tem muitas questões que afetam tanto a demanda quanto a oferta. Desde 2022, a produção industrial vem oscilando mês a mês. Ainda não é possível indicar uma tendência muito clara para o desempenho”, explicou Alessandra.
Ainda segundo a analista do IBGE, do lado da demanda, a inflação alta, os juros elevados – que dificultam a concessão de crédito e complicam o endividamento – e o mercado de trabalho ainda em recuperação interferem de forma negativa.
Já a indústria, ainda é penalizada com a restrição de oferta e dificuldades de compra de matéria-prima, principalmente, por parte de componentes eletrônicos. Ainda são desafios os preços elevados dos insumos e a demanda enfraquecida.
A Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, segundo Alessandra, passou por uma série de atualizações e, esta, é a primeira publicada após a modificação.
“As atualizações são previstas e as revisões ocorrem periodicamente. Na lista de atividades para Minas, tivemos a saída de uma e a entrada de duas novas. Saiu a atividade de produtos têxteis e entraram a fabricação de borracha e plástico e a fabricação máquinas, aparelhos e materiais elétricos. A mudança tem haver com a seleção de atividades que passaram a ter maior peso na indústria de Minas”.
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