Economia

Produção industrial tem queda de 10,7% em Minas

Produção industrial tem queda de 10,7% em Minas
A fabricação de produtos de metais diminuiu 26,7% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior | Crédito: Carlos Avelin

Após dois meses de altas consecutivas, a produção industrial de Minas Gerais caiu 10,7% em janeiro se comparado com o mês anterior. A queda é a maior vista na produção do Estado desde abril de 2020, quando a retração chegou a 15,3%.

O resultado de Minas Gerais foi o que mais influenciou a retração de 2,4% da produção industrial nacional na passagem de dezembro de 2021 para janeiro de 2022. Com o desempenho de janeiro, a produção industrial do Estado atingiu patamar 0,7% abaixo do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020).

Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física – (PIM-PF Regional), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em nível nacional, o cenário também foi negativo na maior parte dos estados pesquisados, sendo dez dos 15 avaliados com retração na comparação de janeiro com dezembro. O Amazonas apresentou o maior índice de queda, -13%, seguido por Minas Gerais (-10,7%) e Pará (-9,8%). Apesar de Minas ter registrado a segunda maior queda, o Estado tem maior participação e foi o que mais influenciou o resultado geral da indústria neste mês.

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Na comparação de janeiro de 2022 com o mesmo mês do ano anterior, Minas Gerais apresentou recuo da produção industrial de 9,8%, superando a média nacional, que registrou retração de 7,2%. Dos 15 estados pesquisados, 12 locais tiveram redução. Segundo o IBGE, as maiores variações negativas no setor industrial foram em produtos químicos (com retração de 26,7%), produtos de metal (-26,7%), produtos têxteis (-20%) e celulose e papel (-19%).

O resultado de janeiro fez com que o crescimento da produção industrial, no acumulado dos últimos 12 meses, avançasse 8,3%. Embora ainda positivo, o índice ficou menor, já que no acumulado até dezembro a alta era de 9,8%.

A analista de informações estatísticas do IBGE, Alessandra Coelho de Oliveira, explica que janeiro foi marcado por um recuo significativo na produção industrial. 

“O comportamento negativo da produção industrial está relacionado a uma série de fatores. Tem a questão da dificuldade de obtenção de insumos e matéria-prima que já vem afetando há algum tempo. Além disso, há o encarecimento dos custos da produção, inclusive das matérias-primas. Outros pontos são a elevação dos juros e da inflação, que, junto com o contexto do mercado de trabalho, com número elevado de trabalhadores fora do mercado, contribuem para a queda da indústria”, explicou.

Alessandra lembra ainda que janeiro teve também férias coletivas no setor industrial, o que justifica o menor desempenho frente a dezembro. “A expansão da produção vista em dezembro pode ter relação com a antecipação da produção, uma vez que em janeiro seriam concedidas férias coletivas”.

As fortes chuvas registradas no primeiro mês do ano, no Estado, também interferiram de forma negativa na produção das indústrias, principalmente, da extrativa, que tem grande relevância na composição do setor mineiro. 

De acordo com Alessandra, não é possível prever as tendências da produção industrial para os próximos meses. “No contexto de guerra, entre Rússia e Ucrânia,  sabemos que vai ter efeito na economia global porque as atividades são vinculadas, mas ainda não tem como fazer previsão dos tipos de impactos nos próximos resultados”, disse.

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