Economia

Produção industrial volta a crescer em Minas após seis meses de queda

Resultado foi influenciado pelo maior número de dias úteis no quinto mês de 2025, além do impacto da recomposição dos estoques
Produção industrial volta a crescer em Minas após seis meses de queda
Foto: Reprodução/Adobe Stock

Depois de seis meses consecutivos de queda, a produção da indústria mineira apresentou crescimento em maio, conforme a Sondagem Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), divulgada nesta quinta-feira (26).

O índice de evolução da produção alcançou 51,6 pontos, sinalizando aumento da variável ao superar os 50 pontos – limite que separa queda de crescimento. O indicador registrou alta de 3,3 pontos frente a abril (48,3 pontos) e de 2,2 pontos ante maio do ano passado (49,4 pontos).

A economista da entidade, Daniela Muniz, explica que o resultado foi influenciado pelo maior número de dias úteis no quinto mês de 2025, além do impacto da recomposição dos estoques, que no período de fevereiro a abril estavam abaixo do planejado pelos empresários industriais.

“De toda forma, são dados positivos, um sinal de melhora, que pode ser pontual. Para saber se é de fato uma retomada, é necessário acompanhar o desempenho nos próximos meses”, explica.

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Por outro lado, na variável nível de emprego industrial, o levantamento mostrou recuo mais acentuado, com o índice em 48,8 pontos, afastando-se ainda mais da linha dos 50 pontos. O desempenho mostra uma diminuição de 0,9 ponto na comparação com abril, quando o índice estava em 49,7 pontos, enquanto em relação a maio de 2024 (47,8 pontos) mostrou avanço de 1 ponto.

Daniela Muniz observa que o índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual marcou 43 pontos em maio, o que mostra que as indústrias operaram abaixo do padrão habitual para o mês. Na comparação com abril (42,3 pontos), o indicador apresentou uma elevação de 0,7 ponto, e, frente a maio de 2024 (43,9 pontos), mostrou uma retração de 0,9 ponto. O resultado ficou 0,9 ponto acima da média histórica do índice, de 42,1 pontos.

Acompanhando o aumento da produção, os estoques de produtos das empresas também cresceram em maio, conforme o indicador de 50,3 pontos. O dado sugere que a demanda por bens industriais foi inferior à esperada.

Expectativa de demanda em Minas é positiva

A Sondagem Industrial de Minas Gerais mostrou que o indicador de expectativa de demanda chegou a 54,1 pontos em junho, permanecendo acima da linha dos 50 pontos pela sexta vez consecutiva e sinalizando perspectiva de aumento da demanda nos próximos seis meses, o que, segundo a economista, pode ter relação com a aproximação do segundo semestre, normalmente período de maior aquecimento da indústria.

“No segundo semestre há datas importantes para o varejo, como a Black Friday e o Natal, que têm reflexo na demanda para vários segmentos da indústria”, observa a economista da Fiemg.  

Em relação a maio (53,4 pontos), houve avanço de 0,7 ponto nesse indicador, enquanto frente a junho de 2024 (55,2 pontos) o índice caiu 1,1 ponto, atingindo o menor patamar para o mês desde 2020.

O índice de expectativa de compra de matérias-primas marcou 52,6 pontos em junho, mostrando uma perspectiva de crescimento das compras do setor industrial do Estado. O resultado representa uma leve alta de 0,2 ponto ante maio (52,4 pontos) e uma queda de igual magnitude (-0,2 ponto) na comparação com junho de 2024, alcançando o nível mais baixo para o mês em cinco anos.

O estudo sinaliza expansão do emprego industrial nos próximos seis meses, já que o índice de expectativa para o número de empregados registrou 51,5 pontos em junho. O indicador cresceu 0,7 ponto em relação a maio (50,8 pontos) e 2,3 pontos em relação a junho de 2024 (49,2 pontos).

Apesar dos juros altos vigentes no País, o índice de intenção de investimento marcou 58,6 pontos no sexto mês de 2025, mostrando elevação de 2,4 pontos frente a maio (56,2 pontos) e recuo de 0,4 ponto ante junho de 2024 (59 pontos). O indicador ficou seis pontos acima da sua média histórica, de 52,6 pontos.

A economista da Fiemg explica que a coleta do levantamento (2 a 11 de junho) foi feito antes da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), dia 18, que aumentou a taxa básica da economia, a Selic, em 0,25 ponto percentual, passando de 14,75% para 15% ao ano

Ela observa que investimento da indústria não é apenas para aumentar a capacidade produtiva, inclui também modernização ou mesmo uma necessidade que não pode ser mais adiada, como a troca de uma máquina.  Além disso, a especialista observa que o aumento do investimento está em linha com a perspectiva de aumento da demanda nos próximos seis meses.

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