Produção de minério da Anglo American no Minas-Rio cresce 10%

A produção da Anglo American no sistema Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro, na região Central do Estado, somou 6,45 milhões de toneladas (Mt) de minério de ferro no primeiro trimestre de 2025. Foi um recorde de produção para este período do ano no complexo, que completou uma década de operação no ano passado.

O volume representa um crescimento de 10% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram produzidas 5,86 milhões de toneladas. Porém, comparado ao trimestre anterior, em que o total produzido foi de 6,47 Mt, também um recorde para o período, a produção ficou praticamente estável – houve leve queda de 0,2%.

O desempenho da operação em Minas Gerais impulsionou a produção trimestral da mineradora em todo o mundo e compensou uma queda de 3% da produção em Kumba, na África do Sul, com resultado de 8,99 Mt no primeiro trimestre deste ano.

Ao todo, foram 15,44 milhões de toneladas produzidas no período, o que representa aumento de 2% frente ao mesmo período do ano anterior (15,14 Mt). A expectativa da Anglo American é produzir entre 22 a 24 milhões de toneladas de minério de ferro no complexo Minas-Rio até o final deste ano.

Essa estimativa é menor que o volume produzido no complexo em 2024, quando a produção chegou a 25 Mt de minério de ferro. O motivo da projeção menor é uma inspeção – que ocorre a cada cinco anos – no mineroduto de 529 quilômetros de extensão responsável por escoar a produção até o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, planejada para o terceiro trimestre de 2025.

Segundo a empresa, foram feitos aprimoramentos na estratégia de inspeção, com uma extensão do prazo, para garantir uma melhor coleta de dados pelas autoridades ambientais, ao mesmo tempo que realiza uma manutenção adicional na planta enquanto a produção estiver paralisada.

Já para os anos seguintes, as estimativas para o complexo de Conceição do Mato Dentro são mais otimistas. A companhia projeta, para 2026, um volume de 23 milhões a 25 milhões de toneladas de minério de ferro e, para o ano seguinte, a projeção é de 24 milhões a 26 milhões de toneladas.

No relatório trimestral, a Anglo afirmou que o desempenho positivo do complexo Minas-Rio no primeiro trimestre está associado à melhoria na recuperação de massa na planta de beneficiamento e pela maior estabilidade operacional, com menos horas de manutenção não planejada.

Já na operação de níquel da empresa, localizada em Goiás, a produção do trimestre foi de 9,8 mil toneladas, aumento de 3% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram produzidas 9,5 mil toneladas. A alta de 4% no volume produzido na planta em Barro Alto, na comparação ano a ano, foi parcialmente compensada pela estabilidade da produção da planta de Codemin.

Comparada com a produção do trimestre imediatamente anterior, de 10 mil toneladas, houve uma queda de 2%. Até o fim deste ano, a Anglo American espera atingir uma produção entre 37 e 39 mil toneladas em Goiás.

Vendas de minério do Minas-Rio

O relatório divulgado pela Anglo American aponta que as vendas de minério no primeiro trimestre de 2025, oriundas do complexo Minas-Rio, aumentaram 22% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 5,62 milhões de toneladas vendidas no trimestre findado em março, abaixo da produção durante o período. Em comparação ao trimestre anterior, houve uma queda de 19%.

Ao todo, a empresa relatou vendas de 14,56 milhões de toneladas de minério de ferro no primeiro trimestre deste ano. O resultado representa uma alta de 12% comparado com o mesmo período do ano passado e uma queda de 10% em relação ao trimestre anterior.

A operação da mineradora na região Central de Minas Gerais possui uma reserva certificada de 3,6 bilhões de toneladas do mineral. O complexo Minas-Rio gera cerca de 12 mil empregos e a Anglo prevê investir cerca de R$ 12 bilhões na operação até 2028. A capacidade instalada da planta é de uma produção de 26,5 milhões de toneladas por ano. O minério de ferro ali produzido é enviado, sobretudo, para clientes dos Emirados Árabes, Japão, norte da África e Europa.