Produção sobe, mas resultado para mês é o pior em 3 anos

Rio de Janeiro/São Paulo – A produção da indústria brasileira avançou em novembro e interrompeu quatro meses de queda, impulsionada pelos bens intermediários, mas registrou o resultado mais fraco para o mês em três anos. Em novembro, a produção industrial teve alta de 0,1% em relação a outubro, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda assim, o resultado é o mais fraco para novembro desde 2015, quando houve queda de 2%. Sobre novembro de 2017, a produção teve queda de 0,9%, leitura mais baixa para o mês desde o recuo de 1,2% registrado em 2016.
“O ano vai fechar positivo, mas com uma taxa menor do que se esperava. Será o segundo ano seguido de alta, mas não se repõe a perda acumulada de 16,7% nos anos de 2014, 2015 e 2016”, avaliou o gerente da pesquisa, André Macedo.
“Isso tem a ver com a greve dos caminhoneiros, dificuldades no mercado de trabalho, crise na Argentina e instabilidade causada pelo período eleitoral”, completou.
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De acordo com o IBGE, entre as categorias pesquisadas, somente Bens Intermediárias teve avanço na produção no mês, de 0,7%, após três meses de perdas. Por outro lado, a fabricação de Bens de Capital, uma medida de investimento, recuou 2,7%, enquanto Bens de Consumo teve perdas de 0,4%.
Alimentos – Entre as atividades, a principal influência positiva partiu dos produtos alimentícios, com avanço de 5,9%, interrompendo quatro meses consecutivos de queda. Também se destacaram as altas de 7,1% de produtos farmoquímicos e farmacêuticos e de 0,5% de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.
Já entre as quedas, destacou-se a de 4,2% entre veículos automotores, reboques e carrocerias, eliminando o ganho de 2,8% de outubro.
A confiança da indústria brasileira terminou o ano registrando sua segunda alta consecutiva em dezembro, com melhora da percepção sobre a demanda interna, embora ainda sinalize um ritmo moderado de atividade do setor, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
A pesquisa Focus do Banco Central mais recente mostra que a expectativa dos economistas é de que a indústria tenha terminado 2018 com crescimento de 1,91% e acelere para 3,04% em 2019. (Reuters)
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