Sinduscon-MG e Gerdau lançam programa de capacitação profissional

O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e a Gerdau assinaram, nesta terça-feira (23), um convênio voltado à qualificação de trabalhadores da construção civil. A assinatura, realizada em cerimônia na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), marcou o lançamento oficial do Programa de Capacitação Profissional Valorizar para Transformar.
A iniciativa, patrocinada pela siderúrgica, oferece 300 vagas gratuitas – número que pode ser ampliado –, por meio de edital, para funcionários de empresas associadas à entidade. O objetivo é promover mais conhecimento, produtividade e valorização da mão de obra.
Os cursos são ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial em Minas Gerais (Senai-MG). As formações, que incluem diversos ofícios da área, como eletricista, carpinteiro e armador, podem acontecer nas instalações das próprias empresas associadas, no Centro de Treinamento do Serviço Social da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Seconci-MG) ou no Centro de Formação Profissional Paulo de Tarso.
Conforme o presidente do Sinduscon-MG, Raphael Lafetá, algumas capacitações já estão em andamento. Interessados podem procurar a entidade ou o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Edificações da Construção de Belo Horizonte e Região (STIC-BH Marreta) para obter mais detalhes. Ele destaca que o programa contribui para reduzir a falta de mão de obra no setor, valorizar as profissões e melhorar a remuneração dos colaboradores.
“Temos o compromisso de capacitar pelo menos 10% do efetivo dos trabalhadores da construção civil de Belo Horizonte e região metropolitana. Este convênio nos ajudará a cumprir essa missão. São cerca de 8.500 empregados que precisamos capacitar. Com essa iniciativa, poderemos capacitar de 500 a 600 funcionários”, afirma.
O CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, ressalta que o Brasil enfrenta uma dificuldade nos últimos anos para formar, qualificar e atrair técnicos, engenheiros e até mesmo profissionais de entrada na área construtiva. E o compromisso de empresas como a dele é criar alternativas para promover soluções para problemas como esse.
“Essa parceria visa garantir que continuemos a ter profissionais qualificados para atuar na construção civil, um segmento da economia muito relevante para o País”, salienta.
Demanda maior que a oferta, desinteresse dos jovens e condições de trabalho: entenda a escassez de trabalhadores na construção civil
A construção civil emprega, atualmente, mais de três milhões de empregados formais no Brasil, marca atingida recentemente e que representa o maior patamar desde 2014, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Apesar do resultado positivo, como citado anteriormente, a área ainda lida com uma escassez de mão de obra.
O gargalo está relacionado a diversos fatores. De acordo com Lafetá, a demanda da atividade é maior do que o número de trabalhadores disponíveis. Werneck salienta que o nível de exigência do setor, em termos de qualidade, velocidade e tecnologia, também aumentou, exigindo uma qualificação maior dos profissionais.
Presente na solenidade, o presidente do STIC-BH Marreta, Afonso José do Rosário, diz que existem obras, no momento, que estão deixando de serem lançadas por falta de mão de obra, escassez que decorre da opção das pessoas em atuar em outros tipos de trabalho, como em aplicativos de mobilidade. Para ele, é preciso resgatar o interesse das pessoas pela construção civil e valorizar os profissionais que já atuam no setor para que continuem.
O superintendente do Ministério do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans, que também participou da solenidade, afirma que o maior desafio hoje é tornar a área atrativa para milhões de jovens, além de mulheres. Conforme ele, a juventude olha com desconfiança para a atividade em função de vários motivos, como as condições de trabalho.
Para o representante do governo federal, é preciso reduzir drasticamente o índice de acidentes na construção civil, algo que afasta trabalhadores, e valorizar os profissionais, elevando as remunerações. Calazans sugere ainda a necessidade de os empresários e o poder público promoverem parcerias que ensinem técnicas do setor em periferias e escolas.
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