Economia

Programas setoriais são opção de economia com energia para indústria

Iniciativas visam a economizar recursos, ampliar competitividade e amenizar a pressão do aumento da tarifa; saiba mais na reportagem!
Programas setoriais são opção de economia com energia para indústria
Diagnóstico e avaliação do consumo de energia mostra que o impacto dos custos no preço final de produtos é significativo | Crédito: Adobe Stock

A indústria é o maior consumidor de energia elétrica em Minas Gerais, o que, com a alta no preço da energia recentemente anunciada, gera para o setor um aumento na despesa com insumos junto aos fornecedores. Por consequência, cresce também a pressão sobre os custos fixos da atividade no Estado, o que acaba sendo repassado ao consumidor final. Para aliviar o peso do insumo para a indústria, programas setoriais surgem como opção de economia.

A título de comparação, entre os principais produtos consumidos no País, a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) fez um levantamento nacional. A análise mostra que a energia elétrica representa 48% do preço final do leite e 34% da carne. No caso da cerveja, a representação é de 28%, enquanto dos materiais de construção e do açúcar totalizam em 10%.

Com a recente autorização e definição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Cemig anunciou reajustes nas tarifas das contas de luz em Minas Gerais que vão afetar tanto consumidores residenciais quanto empresas.

De acordo com o órgão regulador, os consumidores que possuem ligação à rede de baixa tensão terão um acréscimo de 15,55% na fatura. No caso dos consumidores que possuem contratos com a alta tensão, vão passar a ter um aumento de 8,94%. Os dois reajustes não contemplam o consumidor residencial, que terá um incremento direto de 14,91% na conta. Os novos reajustes começaram a valer em todo o Estado no último dia 28.

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Energia por assinatura

Por mais que Minas tenha o maior crescimento do País em geração de energia limpa, essa realidade ainda está engatinhando. E para viabilizar soluções de eficiência energética, as indústrias mineiras dependem de programas de redução de custos. Um deles, é o programa de geração distribuída de energia por assinatura.

“Esse programa já existe há 20 anos e é destinado para as indústrias que estão conectadas à baixa tensão. Na prática, essas empresas, ao fazer o contrato de energia por assinatura, terão descontos de até 22%. Serão descontos sem investimentos”, ressalta a gerente de Energia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Tania Santos.

Ela explica que é uma opção eficiente para as indústrias que têm demanda contratada igual ou superior a 500 kW. “É uma opção interessante de migrar para a energia convencional no mercado livre. Só que para esse processo é necessário adequar a subestação e se tornar um agente na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Basta enviar a última fatura de energia e a Fiemg analisa a melhor solução”, diz.

Mercado Livre 2024

Outra oportunidade de eficiência energética está para entrar em vigor a partir de janeiro de 2024. Conforme anunciado pelo governo federal, os consumidores do Grupo A poderão escolher livremente o fornecedor de energia elétrica, sem restrições de demanda contratada. Isso significa que eles poderão comprar energia elétrica de qualquer concessionário, permissionário ou autorizado do Sistema Interligado Nacional.

Tania Santos explica que os consumidores com carga individual inferior a 500kW, incluindo o Grupo B, serão representados por um agente Comercializador Varejista. Esse comercializador vai fazer toda a gestão do contrato junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

“Essa medida permitirá novos negócios no Mercado Livre de Energia e possibilitará que mais empresas ofereçam seus serviços e produtos neste novo ambiente livre”, diz.

Para debater o assunto junto aos representantes do setor industrial mineiro, a Fiemg vem realizando ao longo deste ano os encontros do projeto Café com Energia.

“É uma ação realizada em todas as regionais pela Gerência de Energia da Fiemg. No evento, os empresários passam por um momento de capacitação sobre como vai funcionar a abertura do Mercado Livre de Energia em 2024”, conta.

“Será uma boa oportunidade aos clientes de média tensão com demanda contratada acima de 30 kW. Eles vão ser contemplados, conforme prevê a portaria de n°50/MME de 27 de setembro de 2022. Contudo, a medida passa a ter vigência em 1º de janeiro próximo”, orienta Tania Santos. “Essa mudança trará maior liberdade de escolha e possibilitará uma maior concorrência no mercado, o que pode resultar em preços mais competitivos, reduzindo custos”, reforça.

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