Projeto em MG visa acelerar o processo de descarbonização

Zerar as emissões de carbono na atmosfera e ter uma economia sustentável se tornou prioridade há alguns anos. Ao lançar a Rota da Descarbonização, durante evento realizado na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), ontem, o governo do Estado pretende acelerar esse processo.
A ideia do programa é firmar uma aliança público-privada, com o objetivo de atrair empresas que têm responsabilidade ambiental em suas práticas, promovendo investimentos e empregos verdes e contribuindo com iniciativas para o alcance da neutralidade de carbono.
“O governador Romeu Zema (Novo), em 2021, assinou o compromisso de neutralizar as emissões de carbono de Minas Gerais até 2050 (Race to Zero). Ato contínuo a isso, a nossa Secretaria de Meio Ambiente (Semad) desenvolveu o Plano de Ação Climática (Plac-MG) que estabelece quais são as diretrizes para que Minas possa alcançar a neutralidade de suas emissões de carbono. Hoje (quarta-feira), nós demos mais um passo importante lançando a Rota da Descarbonização”, destacou o CEO da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Invest Minas), João Paulo Braga.
Aberto para consulta pública até esta quinta-feira (16), o plano de ação climática do Estado citado por Braga lista as metas de redução de emissões líquidas de gases do efeito estufa (GEE) por atividade econômica. O setor de agricultura, florestas e uso do solo (Afolu) terá a maior diminuição até 2050, com queda de 79,7% nas emissões. Em seguida ficaram: resíduos (-68,7%), transportes (-62,3%), energia (-24,3%) e indústria (-4%).
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“Hoje temos claro quais são os setores prioritários para serem trabalhados nessa rota de descarbonização, nesse caminho à neutralidade. Estamos na fase final da consulta pública do nosso Plano de Ação Climática que traz o caminho para não apenas a redução de emissão de gás de efeito estufa, mas outros problemas, como as enchentes urbanas”, ressaltou a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo.
Um dos impactos da sustentabilidade é justamente o ganho de competitividade das empresas. Além de economizar poluindo menos, as ações são bem vistas pela sociedade. Logo, os consumidores podem valorizar mais a marca e pagar mais por um produto, fazendo com que os investidores invistam mais nos negócios.
“A economia verde tem mercado global e essa nossa linha de atuação, com certeza vai transformar o nosso Estado pela prosperidade, pela riqueza, geração de empregos e sustentabilidade ambiental”, salientou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.
As tragédias de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), que além de levar à morte várias pessoas, destruiu grandes hectares de terra, também levou Minas Gerais a se preocupar mais com a sustentabilidade do Estado e implementar medidas em prol disso.
“Não tenho certeza e ninguém tem certeza absoluta de nada, mas todos os esforços possíveis estão sendo feitos nesse sentido (para que não ocorra novas tragédias) porque eu tenho plena ciência que o mundo está mudando e nós só vamos conseguir exportar os nossos produtos e termos mercado ‘lá fora’ se provarmos que aquilo que é produzido em Minas Gerais é feito com responsabilidade ambiental”, reiterou o governador Romeu Zema (Novo).
Outros avanços
Minas Gerais é um dos estados do Brasil mais avançados no quesito sustentabilidade. A matriz elétrica, por exemplo, é composta por 99,5% de fontes renováveis. Além disso, o Estado é líder em geração de energia solar no País e em áreas de florestas plantadas.
“Além disso, hoje nas indústrias a principal fonte térmica é via o nosso maciço florestal, o maior do Brasil, plantado em cima de áreas degradadas de pastagem, que fazem com que os nossos concorrentes que têm o carvão mineral só emitam CO2 na produção dos seus produtos, enquanto nós sequestramos durante os sete anos que a floresta cresce e emitimos somente na hora da queima do carvão. Portanto, vários produtos mineiros já são verdes”, enfatizou o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe.
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